Hong Kong: polícia remove acampamentos de estudantes
Retirada das barricadas no centro da cidade cumpre ordem judicial. Maioria dos manifestantes deixou o local durante a noite, mas alguns prometem resistir
As autoridades de Hong Kong deram início nesta quinta-feira à remoção dos acampamentos dos estudantes pró-democracia, que ocupam a mais de dois meses o centro da cidade. Logo após as 10h30 locais (0h30 de Brasília), funcionários de limpeza, oficiais de justiça e da polícia começaram a retirar as barricadas nas imediações dos edifícios governamentais, no distrito de Admiralty, em uma operação que deve durar o dia todo.
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A retirada cumpre uma decisão da Suprema Corte de Hong Kong, que, a pedido de uma empresa de ônibus local, ordenou o esvaziamento dos principais acampamentos de estudantes nas ruas da cidade.
O status de Hong Kong
Ex-colônia britânica, Hong Kong passou a ser uma região administrativa especial da China em 1997, ano em que o enclave foi devolvido. Pelo acordo entre britânicos e chineses, Hong Kong goza de um elevado grau de autonomia, liberdade de expressão e econômica. Também preserva elementos do sistema judicial ocidental. Essas condições devem ser mantidas pelo menos até 2047.
Durante a noite de quarta, horas antes do prazo final estabelecido pelo tribunal, centenas de manifestantes recolheram seus móveis e utensílios na área ocupada do distrito de Admiralty, deixando para trás as barricadas e uma promessa escrita em diversas faixas: “Nós voltaremos”.
Mesmo com a saída da maior parte dos estudantes, centenas de ativistas, entre eles parlamentares de Hong Kong e alguns dos líderes dos protestos, permanecem nas áreas ocupadas, observando a forma como é feito o desmantelamento. A polícia enviou dezenas de viaturas para o local, incluindo veículos blindados com canhões de água, enquanto centenas de agentes da tropa de choque estão em posição e prontos para agir. Muitos dos que permanecem concentrados pretendem continuar na área, dispostos a resistir até que sejam retirados à força pelas autoridades.
Histórico – Há mais de dois meses, os manifestantes exigem a instauração do sufrágio universal para a eleição de 2017, que vai escolher o próximo chefe do Executivo da antiga colônia britãnica, que foi devolvida à China em 1997. O atual governante de Hong Kong, C.Y. Leung, que considera os protestos ilegais, rejeitou os apelos por mais negociações sobre a reforma política e advertiu os manifestantes a não recorrerem para a violência quando o desmonte dos acampamentos começar.
(Com agências EFE e France-Presse)