Exército toma as ruas de Beirute no 2º dia de protesto
Manifestação que tinha o objetivo de cobrar uma solução para coleta de lixo, evolui e pode resultar na queda do primeiro-ministro – e ameaça a estabilidade
Depois de dois dias de protestos, o Exército tomou as ruas de Beirute, no Líbano, neste domingo, numa tentativa de conter a expansão da violência que já deixou duas centenas de feridos.
Os primeiros protestos foram convocados por causa da crise da coleta de lixo doméstico. Há pelo menos um mês, as autoridades locais não conseguem resolver o problema e a população de Beirute e outras cidades libanesas sofrem com as pilhas de lixo que se acumulam pelas ruas.
Neste sábado, as forças policiais usaram balas de borracha e bombas de gás lacrimogênio contra os manifestantes nas ruas. A ação, que foi criticada pelo primeiro-ministro, Tamam Salam, causou revolta da população. Por causa disso, a adesão aos protestos deste domingo foi ainda maior.
Apesar de ter se solidarizado com os manifestantes, Salam não se livrou das críticas. Entre os pedidos dessa nova onde de manifestantes está o de sua renúncia.
Neste domingo, pelo menos 43 pessoas precisaram ser hospitalizadas. Entre elas estão 35 policiais, que, segundo as autoridades locais, ficaram gravemente feridos.
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Segundo a estatal Agência Nacional de Notícias (ANN), os enfrentamentos foram provocados por “agitadores” que se infiltraram entre os manifestantes e que estão lançando coquetéis molotov contra a polícia – que responde com bombas fumaça.
Os protestos no Líbano acendem o sinal vermelho para estabilidade no país. Apesar de ser uma democracia – uma rara exceção entre os seus vizinhos – o país vive um vácuo institucional. Além de estar sem presidente há mais de um ano por causa de uma disputa entre os grupos étnicos que cobiçam a cadeira, a governabilidade do país está afetada pela interrupção das atividades do Congresso, que está há meses sem reunir.
O vizinho da Síria é destino da maioria dos refugiados da guerra civil daquele país. O Líbano sofre constante ameaça do Estado Islâmico.
(Da Redação)