Ex-líderes pedem fim de ‘silêncio complacente’ sobre Venezuela na Cúpula das Américas
Antigos governates iberoamericanos entregaram um comunicado conjunto denunciando a falta de liberdade no país e pedindo respeito às eleições parlamentares
Ex-governantes da Espanha e América Latina pediram aos líderes que participarão da Cúpula das Américas que se voltem para a crise política venezuelana e deixem de lado o “silêncio complacente” em relação aos abusos cometidos pelo governo chavista. Vinte e seis ex-presidentes e líderes entregaram nesta quinta-feira um comunicado conjunto, denominado “Declaração do Panamá”, às esposas dos dois principais nomes da oposição venezuelana presos pelo governo do presidente Nicolás Maduro, Leopoldo López e Antonio Ledezma. Pouco antes, os ex-governantes se reuniram com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, e também lhe entregaram uma cópia da declaração.
Entre os ex-líderes signatários estão o ex-presidente mexicano Felipe Calderón, o ex-primeiro-ministro espanhol José María Aznar e os ex-presidentes da Colômbia, Andrés Pastrana, e da Bolívia, Jorge Quiroga. Eles pediram que aos governos participantes da VII Cúpula das Américas, marcada para sexta-feira e sábado no Panamá, se empenhem na busca de soluções para os problemas da Venezuela e garantam que as próximas eleições parlamentares no país, previstas para esse ano, se realizem “sem presos políticos e com observação (da lei) eleitoral”. Anunciaram também que buscarão o respaldo de outros antigos dirigentes da região e até mesmo de candidatos democratas e republicanos concorrendo nas próximas eleições americanas.
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“O silêncio e a passividade já não são oposição para ninguém”, afirmou o ex-presidente mexicano Felipe Calderón, que esteve presente na entrega do documento, juntamente com o ex-premiê espanhol Aznar e os antigos líderes da Colômbia e da Bolívia.
Lilian Tintoni, esposa de Leopoldo López, mantido preso sob acusação de terrorismo e incitação ao crime por incentivar as manifestações contra o governo de Maduro no ano passado, agradeceu a iniciativa e afirmou que essa Cúpula das Américas “é a cúpula da dignidade, é a cúpula da liberdade da Venezuela”.
Na agenda do evento não estão incluídas a crise venezuelana nem qualquer conflito entre governos, porém a declaração entregue nessa quinta aumenta a pressão internacional sob o governo da Venezuela. O presidente Maduro, no entanto, planeja entregar a Barack Obama uma lista com milhões de assinaturas de concidadãos que rejeitam a declaração de que a nação petroleira seria uma ameaça à grande potência americana, o que justificou sanções impostas pela Casa Branca.
(Da redação)