EUA punem militares por ataque a hospital no Afeganistão
Membros das forças armadas envolvidos no caso confundiram o prédio com instalações do Talibã e mataram 42 civis no ano passado; eles não vão enfrentar processo criminal
Dezesseis militares americanos foram punidos com ações disciplinares por erros que levaram ao bombardeio de um hospital no Afeganistão, em outubro no ano passado, afirmou o Pentágono. O ataque aéreo na cidade de Kunduz deixou 42 mortos.
Segundo as autoridades, os militares receberam sanções administrativas, o que não envolve julgamento na corte marcial, destinada a ofensas criminais consideradas graves pelas forças armadas. Entre os punidos estão membros das forças de operações especiais, incluindo um general de alto escalão.
Ainda que nenhum dos envolvidos tenha ido a julgamento, em muitos casos uma reprimenda ou uma suspensão pode acabar com uma carreira militar nos Estados Unidos.
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O hospital, operado pela entidade Médicos Sem Fronteiras, foi atacado por um avião AC-130 de operações especiais da força aérea americana, um dos mais letais do arsenal. A organização de caridade qualificou a ação como “implacável e brutal”.
Um relatório militar divulgado no ano passado informou que a tripulação do avião foi enviada para atacar um centro de comando do Talibã em outro prédio, a 400 metros do hospital. Devido a problemas nos sensores de localização, a equipe precisou se basear na descrição física do local e atingiu o prédio errado, mesmo sem ter identificado qualquer atividade hostil no local. O avião disparou 211 vezes contra o hospital durante 29 minutos, até os comandantes perceberem o erro e determinarem o fim da ação.
(Com Estadão Conteúdo)