Dilma recebe Angela Merkel e usa visita para buscar apoio
Em busca de apoio para o ajuste fiscal, o Planalto acena para o setor produtivo e convida dezenas de empresários brasileiros para se encontrarem com alemães e ministros
A presidente Dilma Rousseff está recebendo agora de manhã, no Palácio do Planalto, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. Ela subiu a rampa do palácio, onde foi recebida por Dilma e as duas acompanharam a execução dos hinos nacionais da Alemanha e do Brasil. Apesar de tratar de um tema específico – a relação comercial com o país europeu -, o encontro é mais um em uma série de contatos com empresários que a presidente tem aproveitado para buscar aproximação com o setor produtivo, em um momento em que o governo procura um pacto pela governabilidade.
As duas chefes de Estado posaram para a foto oficial e seguiram para uma reunião de trabalho reservada. Mais cedo, ministros brasileiros e alemães tiveram encontros separados para tratar de acordos de suas áreas, como economia, educação, agricultura, trabalho, energia, cultura, saúde, previdência, meio ambiente, ciência e tecnologia e comércio exterior, entre outras. O Brasil e a Alemanha deverão firmar dezessete acordos em áreas como inovação, pesquisa, mineração, marinha, educação, saúde e segurança alimentar.
Leia também
Angela Merkel desembarca em Brasília para visita oficial
Vídeo: revista gay provoca Merkel com campanha estrelada por sósia
Sinceridade de Merkel faz jovem refugiada chorar na Alemanha
Foram convidados ao Palácio do Planalto dezenas de empresários brasileiros para se reunirem com seus colegas alemães e ministros de ambos os países, disse o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro Neto. O tema central da conversa foi o avanço da relação comercial com a Alemanha, com quem o Brasil tem déficit comercial. Perguntado se a presidente pediu apoio a uma agenda positiva e ao ajuste fiscal, Monteiro afirmou que “a agenda já era intrinsecamente positiva e de confiança”, afirmou.
Após as reuniões desta manhã, as duas chefes de Estado fizeram uma declaração à imprensa. Dilma afirmou que a reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) é tarefa “inadiável”. Para ela, algumas mudanças tornariam o conselho um órgão “mais representativo”. A chanceler alemã ressaltou a necessidade de acordos de cooperação econômica entre Brasil e Alemanha. Durante os discursos, mencionaram também negociações para que o Mercosul e a União Europeia possam chegar, ainda este ano, a ofertas de acordos comerciais.
Ainda hoje, Dilma e Merkel seguirão para um almoço no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores. Com a visita da chanceler alemã, o governo brasileiro espera atrair mais investimentos do país europeu ao Brasil. Entre os focos, estão os projetos da segunda etapa do Programa de Infraestrutura e Logística, como rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. A pauta da visita também envolve discussões sobre temas internacionais, como a 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima (COP-21), que vai ocorrer em dezembro, e a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
(Da redação)