Áustria prende dois suspeitos de envolvimento nos atentados de Paris
Na Alemanha, o diretor de inteligência do país afirmou que o EI age como um "Estado" e classificá-lo apenas como "organização terrorista" é minimizar a gravidade do problema
Duas pessoas foram detidas na Áustria por suspeitas de terem ligação com os atentados de 13 de novembro na França, que deixaram 130 mortos, informaram autoridades locais. A Procuradoria austríaca informou nesta quarta-feira que as prisões foram efetuadas durante o último final de semana “em um centro de acolhimento para imigrantes em Salisburgo” e que eles são suspeitos de “participar de uma organização terrorista”. As identidades dos detidos não foram reveladas.
O jornal Kronen Zeitung destacou que os dois homens são franceses com ascendência paquistanesa e argelina e que chegaram à Áustria em outubro. Eles teriam usado um passaporte com identidade síria e teriam vindo do país do Oriente Médio junto com os responsáveis pelos atentados em Paris. Depois de chegarem à Áustria, os detidos entraram em contato com os agressores de Paris, relatou o jornal Salzburger Nachrichten, acrescentando que eles foram encontrados após informações dadas por um serviço de inteligência estrangeiro.
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“Como parte da investigação preliminar, evidências que sugerem uma ligação com os ataques de Paris estão sendo verificadas”, disse Robert Holzleitner, porta-voz da Procuradoria de Salzburgo, se negando a comentar sobre dados específicos das reportagens.
Estado – O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) “se parece com um Estado”, e classificá-lo apenas como “organização terrorista” minimiza a amplitude do problema, afirmou nesta quarta o diretor do serviço de inteligência da Alemanha, Hans-Georg Maassen. Para ele, o EI não é comparável a outros grupos radicais, pois sua estrutura política e formas de atuação são muito mais complexas e abrangentes, atuando de maneira transnacional e fortemente organizada.
“O EI é uma formação que se parece com um Estado e que deseja executar uma guerra contra nós”, afirmou. O grupo Estado Islâmico controla amplas regiões na Síria e no Iraque, nas quais proclamou um califado em junho de 2014. O grupo exerce seu poder com uma administração e um sistema judicial próprios.
(Da redação)