Rivais selam acordo e Ghani é eleito presidente do Afeganistão
Derrotado nas urnas, Abdullah Abdullah, ocupará cargo criado para ele, o de chefe de governo da unidade
A Comissão Eleitoral do Afeganistão anunciou neste domingo que Ashraf Ghani é o vencedor das eleições e será o novo presidente do país. Já seu principal oponente, Abdullah Abdullah, será o chefe do governo de unidade. Os candidatos presidenciais, que há meses protagonizam um impasse político, chegaram a um acordo neste sábado para a formação de um governo de coalizã. Ghani e Abdullah se reuniram no Palácio Presidencial para assinar o acordo definitivo, costurado com a ajuda do atual presidente, Hamid Karzai.
A terceira eleição presidencial do Afeganistão desde a queda do Taleban foi realizada no dia 5 de abril, com o segundo turno entre Ghani e Abdullah no dia 14 de junho. Ambos alegam vitória e acusam o outro lado de fraude. Uma comissão eleitoral independente foi formada para recontar os votos e, após diversos atrasos, o resultado só foi divulgado neste domingo.
O diretor da IEC, Ahmad Yousef Nuristani, anunciou em Cabul os resultados em uma sessão transmitida ao vivo pela televisão, mas não divulgou a porcentagem de votos de cada candidato, como havia sido solicitado por Abdullah. “Parabenizo Gani como presidente e Abdullah como chefe do Executivo”, afirmou Nuristani. Horas antes, os dois candidatos tinham assinado no palácio presidencial o acordo que garantiria a formação de um governo de união nacional, por meio do qual se criou a figura do chefe do Executivo para o derrotado nas urnas.
Segundo o acordo assinado, ao qual a Agência EFE teve acesso, o sistema eleitoral afegão será modificado para evitar uma crise institucional como a que ocorreu nestas eleições. Além disso, o acordo prevê que dentro de dois anos se convoque a Loya Jirga (assembleia tradicional afegã) para modificar a Constituição e incluir no sistema governamental a figura do primeiro-ministro, que substituiria o chefe do Executivo. Os porta-vozes de Abdullah e Gani informaram que a posse do novo governo vai acontecer em 29 de setembro.
(Com agência EFE)