Síria realiza eleições locais em meio a confrontos pelo país
Oposição organiza boicote, e o comparecimento às urnas deve ser muito baixo
Enquanto os confrontos continuam entre as forças de segurança do regime sírio de Bashar Assad e os manifestantes opositores que pedem uma transição política no país, o governo realiza eleições locais nesta segunda-feira. Embora as autoridades afirmem que o pleito será mais livre do que nos anos anteriores, a oposição organiza um boicote.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança do ditador, que já mataram mais de 4.000 pessoas no país, de acordo com a ONU, que vai investigar denúncias de crimes contra a humanidade no país.
- • Tentando escapar dos confrontos, milhares de sírios cruzaram a fronteira e foram buscar refúgio na vizinha Turquia.
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Devido aos conflitos internos e à violência nas ruas, o comparecimento da população às urnas deve ser muito baixo. A Síria ainda se recusou a permitir a presença de observadores internacionais para a realização das eleições.
No domingo, mais confrontos foram vistos pelas ruas do país, aumentando a preocupação dos moradores especialmente de áreas que concentram a oposição, como a cidade de Homs. Centenas de soldados desertores no sul da Síria entraram em combate contra forças leais a Assad em um dos maiores confrontos armados em nove meses de revoltas contra o regime. Uma greve fechou o comércio em um sinal da desobediência civil, segundo ativistas.
De acordo com a emissora de TV Al Jazira, com sede no Catar, ao menos 26 pessoas foram mortas pelas tropas do regime, incluindo uma mulher e quatro crianças. Citando ativistas, a versão on-line da rede diz que nove deles foram mortos em Homs, seis em Hama, três em Deraa, dois em Idlib e mais dois perto de Damasco.