Sessenta e três mulheres conseguem fugir do Boko Haram
As mulheres fugiram enquanto os terroristas realizavam um ataque a uma cidade próxima. Há ainda cinco mulheres e duas meninas sequestradas
Sessenta e três mulheres sequestradas pela seita islâmica Boko Haram há duas semanas no estado de Borno, no norte da Nigéria, conseguiram escapar de seus sequestradores, informaram fontes de segurança e testemunhas nesta segunda-feira. Segundo a rede CNN, as 63 mulheres fugiram dos terroristas quando eles deixaram o lugar onde se escondiam para atacar militares do Exército nigeriano na área de Damboa.
O Boko Haram sequestrou cerca de 90 pessoas – entre elas mais de 60 mulheres e meninas – entre os dias 19 e o 22 de junho em Damboa, cidade situada a cerca de 150 quilômetros da capital de Borno, Maiduguri. O grupo extremista também mantém retidas cerca de 200 meninas que foram sequestradas em uma escola em Chibok, no estado de Borno. Após muitas buscas, contando inclusive com apoio internacional, o paradeiro das estudantes segue desconhecido.
Leia também
Exército da Nigéria diz ter matado 53 membros do Boko Haram
Após atentado, polícia nigeriana pede aos torcedores que acompanhem Copa em casa
Boko Haram exige 800 vacas para libertar 20 mulheres sequestradas
Um agente de segurança de Maiduguri, que pediu para não ser identificado, confirmou a fuga das mulheres ao jornal nigeriano Premium Times. “As mulheres e meninas conseguiram escapar quando os homens armados estavam atacando Damboa. Os terroristas deixaram poucos cuidadores para vigiá-las e elas aproveitaram para fugir quando eles dormiam”, relatou o agente.
Saiba mais:
Boko Haram, o terror que ameaça a maior economia da África
Em Damboa, pelo menos doze soldados, cinco policiais, mais de 50 membros de Boko Haram e um número não especificado de civis foram assassinados neste sábado’, declarou um porta-voz das forças nigerianas, Abbas Gava. Segundo Gava, cinco mulheres e duas meninas ainda permanecem sequestradas.
Na língua hauçá, falada na Nigéria, Boko Haram significa “falsidade é pecado”. Quando o governo colonial inglês começou a replicar suas instituições no país, os emires e os integrantes da elite nigeriana reagiram rotulando tudo o que não estivesse ligado ao islamismo como fraude, vergonha, “boko”.
O termo era aplicado a toda educação não corânica, como aulas de geografia e de química. O grupo extremista se apropriou do termo para pregar que a ‘educação ocidental é pecado’. Os extremistas lutam para impor um Estado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristã no sul.
(Com agência EFE)