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Réu do TPI, ex-presidente da Costa do Marfim chega a Haia para depor

Por Da Redação
30 nov 2011, 01h14

Haia, 30 nov (EFE).- O ex-presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, chegou nesta quarta-feira à Holanda para depor no Tribunal Penal Internacional (TPI), onde é acusado de crimes contra a humanidade que teriam ocorrido em seu país após as eleições de novembro de 2010.

Gbagbo chegou ao aeroporto da cidade de Roterdã pouco antes das 4h locais (1h pelo horário de Brasília) e foi conduzido ao centro de detenção do TPI em Haia, informa a agência de notícias holandesa ‘ANP’.

Ele foi entregue pelas autoridades marfinenses após um mandado de prisão emitido pelo TPI, que em outubro abriu a investigação sobre graves crimes na Costa do Marfim.

O político africano é a primeira pessoa que já atuou como chefe de Estado a ficar em custódia do TPI, pois os outros dois líderes denunciados pela corte não foram levados a Haia. O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, permanece livre e governando seu país, enquanto o ex-ditador líbio Muammar Kadafi morreu em outubro.

O tribunal manteve até o último momento em segredo a ordem de prisão contra o ex-governante, que estava preso na Costa do Marfim desde sua detenção, em abril.

O envio do mandado de prisão a Abidjan, capital marfinense, foi anunciado inicialmente pelo advogado de Gbagbo, enquanto em Haia, um porta-voz do TPI, Fadi el Abdallah, negava que os juízes tivessem emitido uma decisão pública.

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No entanto, o TPI havia, sim, emitido uma ordem confidencial. Espera-se que, ao longo desta quarta-feira, a corte explique a situação de Gbagbo e quando seria o depoimento dele.

O procurador-geral da Costa do Marfim, Simplice Kouadio Koffi, notificou o ex-líder na terça-feira sobre a denúncia de crimes contra a humanidade no TPI, segundo um comunicado lido diante das câmeras da rede nacional ‘RTI’ pelo substituto do procurador, Luc Djé.

Pouco depois, por volta das 16h (de Brasília) de terça-feira, um avião fretado pelo Governo marfinense decolou do aeroporto de Korhogo, cidade onde Gbagbo permanecia detido, com destino à Holanda.

A recusa de Gbagbo em aceitar sua derrota eleitoral no final de 2010 provocou uma onda de violência no país que se prolongou durante seis meses.

Segundo a ONG internacional Human Rights Watch, esse período de violência pós-eleitoral resultou em 3 mil mortes e mais de 150 estupros de mulheres, crimes supostamente cometidos tanto por parte dos seguidores de Gbagbo como do vencedor do pleito e atual presidente, Alassane Ouattara.

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A HRW indica que as forças de Gbagbo detiveram seguidores de Ouattara em restaurantes ou em suas casas, os levaram em veículos e os assassinaram, enquanto militares pró-Ouattara mataram idosos, estupraram mulheres e incendiaram povoados dos grupos étnicos que apoiavam o ex-presidente.

A investigação na Costa do Marfim é a primeira aberta pelo escritório do promotor-chefe do TPI, Luis Moreno Ocampo, sobre um país que não é membro do Estatuto de Roma (documento que regula o funcionamento da corte), mas que aceitou explicitamente sua jurisdição.

A promotoria analisa a situação na Costa do Marfim desde outubro de 2003, depois que o governo marfinense emitiu uma declaração aceitando a jurisdição do TPI.

As investigações foram inicialmente focadas em crimes supostamente cometidos entre 2002 e 2005, mas posteriormente incluiu os episódios de violência eleitoral sucedidos desde 28 de novembro de 2010.

Entre 2002 e 2007, a Costa do Marfim sofreu uma guerra civil que colocou em confronto o norte muçulmano e o sul cristão do país, onde se encontram os principais seguidores de Gbagbo.

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Criado em 2002, o TPI conduz atualmente investigações sobre crimes em Uganda, Sudão, República Democrática do Congo, Líbia, Costa do Marfim e Quênia, mas já abriu investigações preliminares no Afeganistão, Geórgia, Colômbia, Guiné, Palestina, Honduras, Coreia e Nigéria. EFE

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