Madri, 29 fev (EFE).- A Promotoria Anticorrupção espanhola proibiu que seja citada como acusada a infanta Cristina, filha caçula do rei Juan Carlos, na investigação sobre seu marido, Iñaki Urdangarin, envolvido em um caso do corrupção.
A acusação do ‘caso Nóos’, o instituto que Urdangarin dirigiu, representada pelo sindicato ultradireitista Manos Limpias, tinha pedido a acusação da infanta, da mesma forma que já ocorre com o duque de Palma.
Mas, segundo informaram fontes do Ministério Público nesta quarta-feira à Agência Efe, o promotor Pedro Horrach, em comunicado dirigido ao juiz do caso, justificou que não há indícios de que Cristina sabia das atividades de seu marido.
A decisão do juiz de não acusar a filha do rei foi tomada após analisar a extensa declaração de 21 horas – durante o sábado e o domingo passado – feita por Urdangarin em um juizado em Palma de Mallorca (ilhas Baleares) em torno do caso.
Perante o juiz o duque de Palma afirmou que a infanta não tinha nada a ver com as supostas irregularidades detectadas na gestão de fundos públicos solicitados pelo Instituto Nóos.
De acordo com a Promotoria Anticorrupção, Urdangarin e seu sócio Diego Torres receberam através do Instituto Nóos – uma entidade sem fins lucrativos – quase US$ 8 milhões entre 2004 e 2007 graças a contratos com várias Administrações Públicas, principalmente os Governos regionais das Baleares e Valência.
Urdangarin é acusado por supostos delitos de desvio de recursos públicos, falsificação de documentos, fraude à Administração e prevaricação.
Na terça-feira, os duques de Palma retornaram a Washington, onde vivem desde 2009, após terem permanecido alguns dias na Espanha para o comparecimento judicial de Urdangarin.
A instrução judicial vai continuar nas próximas semanas com as declarações de outros acusados e testemunhas do caso, o primeiro grande escândalo que afeta à Coroa espanhola. EFE