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Premiê holandês apresenta renúncia de gabinete à rainha

O governo de Mark Rutte não conseguiu alcançar um acordo sobre cortes orçamentários cruciais. A crise política em um país tradicionalmente visto como um dos mais estáveis da zona do euro já sacudia os mercados financeiros

Por Da Redação
23 abr 2012, 13h14

Como havia anunciado anteriormente, o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, apresentou uma carta de renúncia de todo o seu gabinete à rainha Beatrix, após o fracasso da negociação do plano de cortes para diminuir o déficit público para 3% em 2013. O anúncio abre o caminho para a convocação de eleições – que devem ser anunciadas ainda nesta segunda-feira, e podem ser realizadas em setembro ou outubro, segundo analistas.

A renúncia de Rutte contribuiu para a forte queda nas bolsas europeias nesta segunda-feira. O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações do continente, fechou em queda de 2,32%. Em Paris, o índice CAC-40 recuou 2,83%. Em Londres, o índice Financial Times caiu 1,85%. Em Frankfurt, o índice DAX perdeu 3,36%.

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Rutte teve uma reunião de duas horas com a rainha, na qual a informou sobre sua renúncia e a dos ministros e secretários de Estado, por não terem conseguido um acordo sobre os ajustes com o partido antimuçulmano (PVV), informou a agência ANP. O político se comprometeu, no entanto, a continuar envolvido nas questões de interesse para o país. A convocação de eleições antecipadas será iminente, mas por enquanto não se sabe a data exata.

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Após sete semanas negociando com os liberais e democratas-cristãos no governo, os antimuçulmanos liderados por Geert Wilders rejeitaram, no sábado passado, um pacote de medidas de ajuste para diminuir o déficit público, desencadeando a crise política no país.

Enquanto não são realizadas eleições, o governo demissionário terá que buscar pactos no Parlamento para aprovar o novo pacote de ajustes econômicos que deve apresentar em Bruxelas até o dia 30 de abril. A Comissão Europeia disse acreditar que, apesar da crise de governo, a Holanda conseguirá realizar as medidas de ajuste para evitar que seu déficit se eleve até 4,6%, como indicam as últimas previsões.

Crise – A renúncia marca o fim de uma coalizão que deu forte apoio ao tratado fiscal da União Europeia e que passava sermões na Grécia sobre a necessidade de arrumar suas finanças. A crise política num país tradicionalmente visto como um dos mais estáveis e prósperos da zona do euro já vinha sacudindo os mercados financeiros, preocupados com uma vitória socialista nas eleições francesas.

A coalizão está no poder desde 2010, e seu fracasso em definir medidas que levem o déficit holandês a 3% do PIB provocou comentários críticos em Bruxelas, onde fica a sede da UE. “Primeiro você tem uma boca grande para violadores orçamentários, e aí você mesmo não consegue cumprir. Em vez disso, precisa ter novas eleições apenas um ano e meio depois de o novo governo tomar posse”, disse um diplomata.

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Assim como outros países da zona do euro, a Holanda tem até 30 de abril para explicar à Comissão Europeia como pretende reduzir seu déficit. Como a eleição só deve ser realizada depois do verão europeu, Rutte pode tentar um acordo com a oposição para permanecer interinamente no cargo e cumprir o prazo do fim deste mês.

Investidores se desfizeram na segunda-feira de títulos da Holanda e de países periféricos do euro, o que elevou para mais de 6% o ágio pago pela endividada Espanha sobre os seus papéis. Analistas dizem que a Holanda pode perder sua nota de crédito AAA caso não consiga realizar os cortes orçamentários.

(Com agências EFE e Reuters)

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