Papa vai ser recebido com fortes protestos na Espanha
Manifestantes são contra patrocínio público para Jornada Mundial da Juventude
Mais de cem organizações laicas espanholas, contrárias à utilização de fundos públicos para a visita do papa Bento XVI entre 18 e 21 de agosto ao país, protestarão em Madri na véspera de sua chegada à capital espanhola, onde ocorrerá a Jornada Mundial da Juventude.
Com o lema “Dos meus impostos, para o Papa zero. Estado laico”, as associações laicas, cristãs progressistas, ateias, de esquerda e de homossexuais – denunciam o financiamento do evento pelo estado e seu alto custo, no momento em que o desemprego afeta mais de 20% da população economicamente ativa na Espanha.
“Estamos totalmente de acordo com que venha, mas não concordamos que um evento particular seja financiado com o dinheiro de todos”, declarou em uma entrevista coletiva à imprensa, Luis Vega, presidente da Associação Madrilenha de Livre-pensadores e Ateus (AMAL).
Custos e percursos – Os manifestantes percorrerão o centro de Madri no dia 17, passando pela emblemática Puerta del Sol, transformada nos últimos meses no palco dos protestos dos “indignados”. O percurso da manifestação tinha sido alvo de controvérsia nos últimos dias entre os grupos laicos e representantes do governo Madri. “A delegação não encontrou nenhum argumento jurídico para proibir a manifestação e teve uma atitude muito tolerante e muito responsável”, afirmou um dos responsáveis pela convocação dos protestos.
Os organizadores calculam que o estado, os governos regionais e as prefeituras gastarão mais de 100 milhões de euros nas JMJ se essas contarem com a presença de 500.000 jovens, segundo Francisco Delgado, presidente da Europa Laica. Já os organizadores da visita do papa argumentam que o evento não terá nenhum custo para o tesouro nacional e que, inclusive, gerará lucro pelos mais de um milhão de peregrinos que chegarão de diversas partes do mundo.
(Com agências EFE e France-Presse)