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País protesta contra a detenção de brasileiro em aeroporto de Londres

David Miranda é namorado do jornalista Glenn Greenwald que publicou informações sobre o sistema de espionagem eletrônica dos Estados Unidos

Por Da Redação
18 ago 2013, 20h04

O governo brasileiro classificou neste domingo como “medida injustificável” a retenção do namorado do jornalista americano Glenn Greenwald, o brasileiro David Miranda, por 9 horas, no aeroporto de Heathrow, em Londres. David Miranda mora com Greenwald no Rio de Janeiro e foi detido quando voltava ao Brasil depois de uma viagem a Berlim. Foi invocada a seção 7 da lei anti-terrorismo aprovada pelo parlamento britânico em julho de 2000, que dá permissão a policiais para abordar, deter e interrogar qualquer pessoa em aeroportos, portos e fronteiras. Miranda ficou em poder da polícia por nove horas, tempo máximo autorizado pela lei. Segundo o jornal britânico The Guardian, esse tempo de detenção é incomum. A grande maioria dos detidos sob as mesmas circunstâncias – 97% – é liberada depois de uma hora. Somente uma pessoa a cada 2 000 fica detida por mais de seis horas.

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A polícia do aeroporto de Heathrow confiscou os equipamentos eletrônicos de Miranda: celular, laptop, câmera fotográfica, cartões de memória, DVD e um console de vídeogame.

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Em Berlim, o namorado de Greenwald esteve com a diretora de documentários americana Laura Poitras, que trabalha em parceria com o jornalista e com Edward Snowden na produção de um vídeo sobre o monitoramento das comunicações de outros países feito pelo governo americano. As passagens de Miranda foram pagas pelo The Guardian. “Isso é um grande ataque à liberdade de imprensa. Manter meu companheiro detido por nove horas, sem direito ao aconselhamento de um advogado, é uma clara mensagem intimidadora contra aquelas que noticiam a espionagem feita pelo governo dos Estados Unidos”, disse Greenwald.

“Trata-se de medida injustificável por envolver indivíduo contra quem não pesam quaisquer acusações que possam legitimar o uso de referida legislação de combate ao terrorismo”, afirmou, por meio de nota, o Itamaraty. O órgão informa ainda que o governo manifesta “grave preocupação” e espera “que incidentes como o registrado hoje com o cidadão brasileiro não se repitam”.

Em sua coluna na versão on-line do The Guardian, Greenwald contou ter recebido uma ligação de um agente do aeroporto às 6h30 desta manhã – quando Miranda já estava detido havia três horas. Identificando-se apenas por um número, o agente não permitiu que o jornalista falasse com o namorado. “Obviamente eles tinham zero suspeita de que David estivesse relacionado a alguma organização terrorista”, afirma o Greenwald. Segundo ele, os agentes do aeroporto interrogaram o brasileiro sobre a reportagem a respeito da NSA. Além disso, teriam perguntado sobre o conteúdo guardado nos aparelhos eletrônicos que levava. “Eles abusaram completamente da lei antiterrorismo por razões que não tem nada a ver com o terrorismo”, criticou o jornalista.

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A Anistia Internacional afirmou que Miranda foi “claramente vítima de uma injustificada tática de vingança” contra Greenwald.

Espionagem – No início de agosto, Greenwald esteve no Senado brasileiro e afirmou ter provas de que os americanos usam a rede para obter vantagens comerciais e tecnológicas. A afirmação foi contra o argumento do governo do presidente dos EUA, Barack Obama, de que a Agência de Segurança Nacional (NSA) usa a vigilância apenas para combater o terrorismo.

(Com Estadão Conteúdo)

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