Jerusalém, 4 jun (EFE).- A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) condenou nesta segunda-feira ‘o fortalecimento de uma ocupação que ameaça ser irreversível’, na véspera do 45º aniversário da Guerra dos Seis Dias, na qual Israel conquistou Jerusalém Oriental, Gaza, Cisjordânia, as Colinas do Golã e o Sinai egípcio.
‘Quarenta e cinco anos depois do começo da ocupação, Israel continua violando deliberadamente a lei internacional através de políticas que minam e ameaçam anular as perspectivas de uma solução de dois Estados’, disse hoje em comunicado Hanan Ashrawi, membro do Comitê Executivo da OLP.
Na nota, a dirigente palestina pede ao mundo que ‘examine o legado da ocupação israelense: um legado de impunidade e atrozes violações da legislação internacional’.
Além disso, acusa Israel ‘como potência ocupante’ de violar as obrigações estabelecidas na Convenção de Genebra e outros tratados internacionais.
Amanhã se completam 45 anos do início de uma guerra fulgurante vencida por Israel em menos de uma semana e que deu início ao que os palestinos tacham de ‘a ocupação mais longa do planeta’.
Desde então, boa parte da população palestina vive sob um regime de ocupação militar que afeta quase todos os aspectos de seu dia a dia e que lhes submete a leis e a uma justiça militar imposta por um país que não é o seu.
Neste tempo, se multiplicaram as colônias judaicas nos territórios palestinos ocupados da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental.
Israel também estabeleceu assentamentos judaicos em Gaza, mas em 2005 retirou pela força seus colonos da faixa palestina.
Ashrawi condena a expansão das colônias e do que classifica de ‘políticas extremistas adotadas pelo governo israelense e legisladas pela Knesset (Parlamento) que enviam uma mensagem sinistra: em vez de investir na paz, Israel investe em avançar a ocupação com a construção de assentamentos, a demolição de casas e o deslocamento de milhares de palestinos’.
Mais de meio milhão de colonos israelenses vivem hoje nos territórios ocupados, indica a OLP, que assegura que Israel expropriou de fato 46% do território da Cisjordânia. EFE