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Mohamed Mursi estuda formação de novo governo egípcio

Presidente ainda luta com um conselho militar que tenta manter seus poderes

Por Da Redação
25 jun 2012, 12h08

O presidente recém-eleito no Egito, Mohamed Mursi, começa a escolher o novo governo nesta segunda-feira, enquanto seus partidários buscam pressionar – de maneira pacífica – o conselho militar a ceder o poder ao islamita. Após uma disputa apertada na qual Mursi precisou buscar o apoio dos grupos pró-democracia, espera-se que o ex-integrante da Irmandade Muçulmana inclua ministros que tenham o apoio de seus aliados políticos. Apesar de uma vitória histórica no domingo, quando Mursi foi declarado o primeiro presidente civil do Egito, ele ainda precisa lutar contra um conselho militar que tentará manter amplos poderes e contra uma economia precária. A Irmandade Muçulmana, que abriu espaço para que Mursi substituísse o antigo ditador Hosni Mubarak, vai promover uma manifestação pacífica para convencer os militares a abrir mão do poder para Mursi.

Entenda o caso

  1. • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, egípcios iniciaram, em janeiro, sua série de protestos exigindo a saída do então ditador Hosni Mubarak, que renunciou no dia 11 de fevereiro de 2011.
  2. • Durante as manifestações, mais de 800 rebeldes morreram em choques com as forças de segurança de Mubarak, que foi condenado à prisão perpétua acusado de premeditar e ordenar esses assassinatos.
  3. • A Junta Militar assumiu o comando do país logo após a queda do ditador e prometeu entregar o poder ao novo presidente eleito, Mohamed Mursi, até o dia 30 de junho.

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Nesta segunda-feira, Mursi, que já foi prisioneiro durante o regime de Mubarak, se dirigiu ao palácio presidencial e iniciou debates para formar seu novo gabinete, dias antes do momento em que se espera que o conselho militar transfira o poder, informou um porta-voz. “Ele já começou uma lista de nomes que está considerando e afirmou que irá formar o gabinete em breve,” indicou Nermine Mohammed Hassan, uma porta-voz da campanha. O gabinete militar deve oferecer sua renúncia nesta segunda-feira, indicou a mídia estatal, acrescentando que o novo governo irá assumir suas responsabilidades antes de Mursi tomar posse. No entanto, o conselho militar, que assumiu o governo egípcio após a queda de Mubarak durante a revolução, no início do ano passado, disse que a posse continua agendada para o dia 30 de junho.

Um tradicional membro da Irmandade, Sobhi Saleh, afirmou à agência de notícias oficial que Mursi irá prestar juramento perante a corte constitucional, e não diante do Parlamento, que o conselho militar dissolveu no início deste mês. Na emblemática praça Tahrir, no Cairo, os dirigentes da Irmandade Muçulmana mantêm por dias uma manifestação pacífica a fim de pressionar os militares a revogar decretos, concedendo novamente poderes ao Parlamento dissolvido, e a defesa de políticas de segurança. O conselho militar também tem controle sobre o orçamento elaborado pelo governo que deixa o poder, contra o qual lutava o parlamento, dominado por membros da Irmandade Muçulmana.

Promessas – Mursi, que derrotou seu rival, o ex-primeiro-ministro de Mubarak, Ahmed Shafiq, com 51,7% dos votos, buscou acalmar as preocupações locais e internacionais em relação à vitória de um islamita no país mais populoso do mundo árabe. A bolsa de valores do Cairo suspendeu brevemente suas operações nesta segunda-feira, depois de um aumento de mais de 6% em meio ao otimismo gerado pela ideia de que o novo presidente irá ajudar a estabilizar o país.

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Durante um discurso no domingo, após o anúncio da vitória, Mursi prometeu ser um presidente “para todos os egípcios” e pediu uma união nacional. O governante pró-Palestina ainda jurou honrar os acordos internacionais do Egito, o que inclui um tratado de paz de 1979 com Israel. Contudo, em uma entrevista à agência de notícias iraniana Fars, horas antes de a vitória ser declarada, Mursi disse querer estreitar os laços com o Irã, o grande inimigo de Israel na região, e reconsiderou o acordo com o estado judeu.

A maioria dos candidatos nas eleições presidenciais de maio e junho prometeu revisar o acordo para dar ao Egito maior soberania na Península do Sinai, recuperada pelo Egito após o Tratado de Camp David de 1979. Com isso, o Egito pode ter apenas um número limitado de tropas na península. Ele acrescentou que o retorno dos palestinos as sua casas perdidas nos conflitos de 1948 e 1967 era “muito importante”. Israel pediu aos palestinos que abandonassem essa condição em quaisquer negociações de paz.

(Com agência France-Presse)

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