Israel pretende autorizar construção de 6.000 casas em assentamentos
Depois do anúncio sobre a construção de residências em Ramat Shlomo, serão discutidos planos para novas casas em outros dois assentamentos
Autoridades israelenses afirmaram que vão manter os planos de aprovar nesta semana a construção de 6.000 casas para colonos em territórios reivindicados por palestinos. A decisão desafia as críticas de países ocidentais que temem que a ação israelense reduza ainda mais as esperanças de um acordo de paz.
Um comitê de planejamento do Ministério do Interior concedeu nesta segunda-feira uma aprovação inicial para a construção de 1.500 casas em Ramat Shlomo. Este projeto foi desengavetado depois de ficar mais de dois anos suspenso. Sua aprovação no início de 2010, durante uma visita do vice-presidente Joe Biden à região, gerou uma crise com o aliado Estados Unidos.
Aprovada a retomada do projeto, agora o painel discutirá os planos para construir outras 4.500 casas em dois assentamentos, Givat HaMatos e Gilo. A aprovação poderá sair ainda esta semana. Israel considera os três assentamentos como parte de sua municipalidade em Jerusalém. Já os palestinos veem as áreas como barreiras a um acordo de paz que inclua uma desejada capital em Jerusalém Oriental.
Leia também:
Leia também: Hillary Clinton: ‘Assentamentos israelenses retardam a paz’
O objetivo do governo de Israel é autorizar a construção de 6.500 casas em Jerusalém Oriental. “Jerusalém é a capital eterna do estado de Israel e seguiremos construindo neste local”, declarou o premiê Benjamin Netanyahu.
Reações – Autoridades palestinas condenaram o plano anunciado ontem por considerar que ele “desafia toda a comunidade internacional e infla os sentimentos de palestinos e árabes em geral”.
Os Estados Unidos criticaram os planos israelenses. “Estamos profundamente decepcionados com a insistência de Israel em seguir com este padrão de ação provocativa”, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.
“Os dirigentes de Israel alegam permanentemente que apoiam a coexistência de dois Estados – um judeu e outro palestino – como solução para o conflito, mas este tipo de ação coloca em risco tal objetivo”, acrescentou.
Histórico – Em resposta ao reconhecimento da Autoridade Nacional Palestina como estado observador na ONU, Israel lançou uma campanha de colonização nos territórios ocupados de Jerusalém Oriental e Cisjordânia. O plano de Israel foi duramente criticado pela comunidade internacional, sobretudo por incluir a construção na zona E1, que teria um grande impacto na continuidade territorial do reivindicado estado palestino.
(Com agências EFE, Reuters e France-Presse)