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Governador das Malvinas não vê sentido em negociar com a Argentina

Por Por Thomas Lyford-Pike
28 mar 2012, 10h36

O governador britânico das Malvinas, Nigel Haywood, afirmou quase 30 anos depois do conflito entre Argentina e a Grã-Bretanha, que não faz sentido negociar enquanto Buenos Aires continuar desafiando o direito dos habitantes da ilha à livre determinação.

“As ilhas são britânicas, temos todos os direitos sobre elas, os moradores querem ser britânicos. A Argentina desafia este direito, portanto as negociações não fazem sentido”, disse Haywood em entrevista à AFP.

“Não se pode negociar a soberania das ilhas por sobre as cabeças dos moradores. É isso o que significa a livre determinação de acordo com a carta das Nações Unidas”.

As Ilhas Malvinas têm uma extensão territorial similar a do Líbano ou Jamaica, com 3.000 habitantes.

Haywood não descartou a ideia de um referendo local sobre o tema, caso a ONU solicite e se o pleito servir para resolver a questão de uma vez por todas.

O governador britânico se mostrou tão confiante com o resultado do referendo que até citou a ideia de permitir que a Argentina distribua panfletos informativos durante a campanha.

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“Mas não tem sentido este gasto na economia das ilhas para um resultado que já sabemos qual vai ser”, advertiu.

O Reino Unido afirma que sempre respeitará a livre determinação dos 3.000 habitantes locais ante a permanente reclamação argentina, que considera que as ilhas foram usurpadas e colonizadas por Londres em 1833.

No dia 2 de abril completa 30 anos o desembarque militar argentino nas ilhas Malvinas, que iniciou uma guerra de 74 dias, finalizada em 14 de junho de 1982 com a rendição das forças sul-americanas.

Haywood negou que as recentes medidas argentinas contra as empresas que exploram petróleo em suas águas ou as declarações da presidente argentina Cristina Kirchner sobre não permitir o sobrevoo por seu território do avião que liga as ilhas ao Chile tenha afetado a população local.

“Está claro que cada medida argentina busca dificultar a vida aqui, mas são contraproducentes porque fortaleceram a população em sua postura de ser britânica”, destacou.

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O governador afirmou que a atual situação é boa porque levou centenas de jornalistas às ilhas, o que permite que a posição local seja ouvida.

“Argentina diz que isto é parte da Argentina. Se vê como uma parte da Argentina? Parece, como disse um ministro argentino, que é uma população tomada como refém pelos militares? Não penso que seja assim”, disse Haywood.

A crescente economia das ilhas graças às milionárias permissões de pesca concedidas e a promessa de uma riqueza petroleira em médio prazo tornaram a independência do arquipélago seja uma possibilidade.

Mas Haywood disse que “não há sinais disto no futuro próximo e tudo indica que (os habitantes) desejam seguir como um território britânico de ultramar”.

“Mas na história do Reino Unido vários territórios conseguiram sua independência, assim não seria muito surpreendente se isto acontecesse”, completou.

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O governador também rebateu a ideia de que as ilhas estão cada vez mais isoladas no cenário internacional, que em grande parte pede uma instância de negociação entre Grã-Bretanha e Argentina por sua soberania, como indica o Comitê de Descolonização da ONU.

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