França chocada com acusação de abuso sexual contra Strauss-Kahn
Adversários já declaram fim da carreira política do diretor do FMI
A prisão do diretor-gerente do FMI Dominique Strauss-Kahn causou choque e incredulidade na França, onde um porta-voz do governo pediu cautela e respeito, partindo do pressuposto de que todos são inocentes até que se prove o contrário.
“As notícias que recebemos de Nova York no sábado à noite vieram como um trovão”, disse a líder socialista Martine Aubry, pedindo por união do partido. François Bayrou, oposicionista de centro de Strauss-Kahn, disse que “tudo isso é completamente espantoso, imensamente embaraçoso e aflitivo”. “Se os fatos se provarem verdadeiros, é algo degradante para todas as mulheres. E é terrível para a imagem da França.”
A líder francesa de extrema direita Marine Le Pen disse que as esperanças de Strauss-Kahn por uma candidatura à presidência francesa acabaram. Strauss-Kahn e Marine Le Pen vêm aparecendo em primeiro e segundo lugares, respectivamente, em pesquisas recentes sobre as eleições presidenciais do próximo ano, à frente do presidente conservador Nicolas Sarkozy, apesar de o diretor-gerente do FMI ainda não ter declarado sua candidatura. “O caso e as acusações marcam o fim de sua para a presidência e irão provavelmente levar o FMI a pedir que ele deixe o posto”, disse.
Até mesmo aliados políticos de Strauss-Kahn estão pessimistas. “O desfecho mais provável é que o caso vai ficar na memória e mesmo se ele se declarar inocente, o que deve ocorrer, provavelmente ele não terá condições de ser o candidato Socialista para a Presidência e não será capaz de permanecer no FMI”, disse o proeminente socialista Jacques Attali.
(Com agência Reuters)