O ativista chinês de direitos humanos Chen Guangcheng declarou neste domingo à AFP que se encontra em um hospital e que pediu ajuda às autoridades chinesas para abandonar o país.
“Disse ao hospital que peça (às autoridades do governo) que me ajudem nos trâmites. Não sei como fazer”, afirou, explicando que seus ferimentos e o fato de ser cego o obrigam a permanecer internado.
Na noite de sábado, um professor de Direito americano, amigo de Chen Guangcheng, indicou que o militante chinês poderia viajar em breve para os Estados Unidos.
“É fato que poderá estar aqui muito em breve”, declarou por telefone à AFP Jerome Cohen, professor da Universidade de Nova York.
Segundo o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, seu país concederá um visto ao dissidente quando ele solicitá-lo.
Biden falou ao canal NBC que Washington busca ajudar Chen para que aceite um convite por parte da Universidade de Nova York (NYU) para que vá estudar nesta instituição.
“Estamos dispostos a conceder um visto imediatamente. Ele poderá trazer sua família. Esperamos que o governo chinês cumpra com compromisso”, acrescentou.
Na sexta-feira, a porta-voz do Departamento de Estado americana, afirmou que a China aceitou conceder o mais rápido possível ao dissidente “os documentos de viagem” necessários, em referência ao provável passaporte que permitirá que o militante deixe o país.
A porta-voz Victoria Nuland explicou que os Estados Unidos, por sua vez, concederão a Chen e a sua família um visto, já que o dissidente disse que desejava visitar o país para estudar.
Mais cedo, a China havia anunciado que Chen Guangcheng poderia fazer um pedido para estudar no exterior, abrindo assim uma possibilidade de solução para o caso do ativista que afeta as relações da China com os Estados Unidos no momento em que a secretária de Estado Hillary Clinton estava em Pequim.
Hillary Clinton declarou que sentia progressos no caso de Chen e se declarou confiante, mas não divulgou mais detalhes sobre uma possível viagem do advogado.
O destino do advogado autodidata cego, que escapou da prisão domiciliar e passou seis dias refugiado na embaixada dos Estados Unidos em Pequim, mudou o tom da reunião bilateral China-EUA realizada na sexta-feira.
“Se ele quiser estudar no exterior, pode, como outros cidadãos chineses, apresentar um pedido às autoridades competentes”, afirmou a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Liu Weimin.