China reage a Nobel e convoca embaixador norueguês
Comunidade internacional, contudo, elogia escolha e pede que Pequim solte o dissidente
O governo da China convocou, nesta sexta-feira, o embaixador da Noruega em Pequim para prestar esclarecimentos ao Ministério das Relações Exteriores. A intenção é falar sobre o Prêmio Nobel da Paz, concedido ao dissidente chinês preso Liu Xiaobo pelo Comitê Norueguês do Nobel.
Mais cedo, a China já havia se manifestado contra a escolha de Liu. Um comunicado da chancelaria afirmou que o prêmio ao coautor da Carta 08, um manifesto pedindo reforma política no país comunista, iria “prejudicar as relações sino-norueguesas”. “Ao conceder o prêmio a essa pessoa, o comitê do Nobel violou e blasfemou contra o prêmio”, afirmou a nota.
Reações – Apesar de desagradar a China, a eleição do dissidente foi elogiada pela comunidade internacional. A Organização das Nações Unidas (ONU) disse que o agraciado é um importante militante pelos direitos humanos.
“Nós saudamos o reconhecimento do papel bastante importante dos defensores dos direitos humanos na China, bem como dos desafios que eles enfrentam”, afirmou a Alta Comissária pelos Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay. “Defensores como Liu Xiaobo podem dar uma importante contribuição para o desenvolvimento da China”, concluiu.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, Nobel da Paz no ano passado, pediu que a China liberte Liu Xiaobo.
“Ao longo dos últimos 30 anos, a China fez notáveis progressos em reformas econômicas e na melhoria da vida de seu povo, retirando centenas de milhões da pobreza”, disse Obama em um comunicado. “Mas este prêmio nos lembra que a reforma política não seguiu a mesma velocidade e que os direitos humanos básicos de cada homem, mulher e criança têm de ser respeitados”, afirmou.
(Com agências Reuters e Estado)