Chefe da diplomacia turca vai à Síria pressionar Assad
Turquia pode apoiar medidas internacionais mais duras em retaliação ao país
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, viajou nesta terça-feira à Síria a fim de se encontrar com o presidente Bashar Assad e negociar o fim da repressão violenta às manifestações populares no país. O primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, já afirmou que seu país está perdendo a paciência com a “selvageria” das forças de segurança sírias contra os manifestantes.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança do ditador, que já mataram mais de 1.400 pessoas no país, de acordo com a ONU
- • Tentando escapar dos confrontos, milhares de sírios cruzaram a fronteira e foram buscar refúgio na vizinha Turquia
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A mensagem do representante da Turquia, que faz fronteira com a Síria, deverá ser que a de que poderá apoiar medidas internacionais mais duras em retaliação contra o regime de Assad. Diversos países árabes, entre eles a Arábia Saudita, o Kuwait, o Barein e a Jordânia, já fizeram reivindicações semelhantes nos últimos dias – muitos deles retiraram seus embaixadores de Damasco. Organizações não-governamentais afirmam que pelo menos 1.700 civis já foram mortos em ações das autoridades sírias.
Mortes – Nesta terça-feira, pelo menos seis civis morreram na Síria, duas na região de Idleb (noroeste), duas em Hama (norte) e duas em Deir Ezzor (leste), em operações das forças de segurança sírias, informaram ativistas dos direitos humanos. “As operações executadas na manhã desta terça-feira em Idleb deixaram dois mortos e várias pessoas foram feridas pelos disparos das forças armadas”, afirma o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) em um comunicado.
Dez tanques e blindados do Exército sírio atacaram as localidades de Binesh e Sarmin, na região de Idleb, perto da fronteira com a Turquia. Em Deir Ezzor, uma mulher e uma criança morreram em consequência dos ferimentos. Pelo menos 17 pessoas foram detidas em várias operações no bairro de Huaiqa. Na cidade de Hama, um dos principais redutos dos protestos contra o regime de Bashar Assad, dois civis morreram pelos disparos das forças de segurança, segundo um advogado de defesa dos direitos humanos que pediu anonimato.
O movimento “Syrian Revolution 2011” convidou, em sua página do Facebook, Davutoglu a rezar na mesquita do bairro de Al-Midan de Damasco para estar mais próximo das reivindicações do povo sírio.