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Após protestos por morte de jovem negro, situação se acalma em cidade dos EUA

Polícia afirma que policial que atirou em Michael Brown havia identificado jovem como suspeito de um assalto ocorrido pouco antes

Por Da Redação
15 ago 2014, 09h53

(Atualizado às 14h03)

Após cinco noites de violência, a calma voltou a prevalecer em Ferguson, no Estado Americano do Missouri. A cidade vinha sendo sacudida desde sábado à noite por uma série de protestos por causa da morte de um jovem negro de 18 anos que foi baleado por um policial. Imagens da repressão violenta aos protestos, em que a polícia chegou a usar blindados para conter os manifestantes, causaram críticas no meio político e na imprensa americana.

Na noite de quinta-feira, milhares de pessoas realizaram vigílias em honra ao jovem em várias cidades dos EUA, como Nova York, Atlanta, Boston, Detroit e Chicago, demonstrando a repercussão que o caso vem ganhando no país. As vigílias ocorreram no mesmo dia em que o governador do Missouri, Jay Nixon, determinou que a polícia estadual, e não mais a local, passaria a ser responsável por acompanhar os protestos em Ferguson.

O efeito da mudança foi imediato. O capitão Ronald Johnson, um negro que cresceu na região de Ferguson, foi nomeado para chefiar a operação. Ele determinou a saída dos blindados e dos policiais com roupas camufladas e passou a andar pessoalmente entre os manifestantes na noite de quinta-feira, junto com outros policiais. Eles cumprimentaram os manifestantes, que não demonstraram hostilidade.

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Na quinta-feira, o presidente Barack Obama se manifestou sobre o caso, afirmando que “não existem desculpas para a polícia usar força excessiva” contra manifestantes e para prender jornalistas. Na quarta-feira à noite, dois repórteres haviam sido presos pela polícia local, o que ajudou ainda mais a acirrar os ânimos em Ferguson.

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O clima de tensão em Ferguson, que tem 21.000 habitantes, começou após um policial atirar e matar no último sábado o jovem Michael Brown, de 18 anos. O jovem começaria a frequentar aulas numa universidade ainda nesta semana. As autoridades locais afirmaram que Brown foi alvejado porque tentou pegar a arma do policial, mas há relatos de que ele estava com as mãos para o alto quando foi baleado.

Os protestos começaram no fim de semana, e no domingo e na segunda-feira houve registro de saques e depredações de lojas. Em resposta, a polícia ocupou as ruas com veículos blindados, tentou dispersar os manifestantes com bombas de gás lacrimogênio e até posicionou atiradores de elite no alto de prédios. Diversos políticos, tanto da esquerda quanto da direita, passaram a criticar o que chamaram de “militarização” da polícia.

Polícia – Também nesta sexta-feira, a polícia de Ferguson divulgou o nome do policial que atirou em Brown. Segundo o chefe de polícia, Thomas Jackson, o nome do agente é Darren Wilson, que trabalha na força policial há seis anos. Por cinco dias as autoridades locais se recusaram a divulgar o nome, alegando preocupações com segurança após a onda de protestos.

Também nesta sexta-feira, a polícia de Ferguson divulgou que Brown foi abordado pelo policial porque era considerado suspeito, junto com outro homem, de ter assaltado uma loja conveniência. A polícia divulgou imagens do assalto, que mostram um homem negro intimidando o atendente do caixa do estabelecimento. O relatório do caso diz que um dos suspeitos, que foi identificado como Brown, levou um pacote de cigarros, empurrou violentamente o atendente e entregou o produto do roubo para seu parceiro, identificado como sendo Dorian Johnson. Enquanto a ação ainda ocorria, a polícia foi acionada e uma descrição do suspeito foi informada.

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O agente Darren Wilson chegou dez minutos depois do chamado, e, segunda essa versão, topou com Brown em uma avenida próxima. Poucos minutos depois, Brown estava morto. As circunstâncias exatas da morte ainda permanecem obscuras. A polícia afirma que Brown tentou pegar a arma do policial. Já Dorian Johnson, o parceiro de Brown no suposto assalto, afirmou à imprensa que Brown não havia tentado resistir, e que levantou suas mãos para o alto antes de ser baleado pelo policial. Até a revelação desta sexta-feira, a polícia demorou cinco dias para divulgar oficialmente a suspeita de que Brown estava envolvido em um assalto.

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