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Amigo de estudante estuprada relata agressão

Caso do estupro coletivo em Nova Délhi pode passar neste sábado a outro tribunal com poderes para realizar um julgamento rápido

Por Da Redação
5 jan 2013, 08h51

Em suas primeiras declarações públicas, o jovem que estava com a estudante estuprada em Nova Délhi, na Índia, disse que tentou lutar para salvá-la e criticou o fato de ninguém ter se aproximado deles para ajudá-los quando os dois foram largados pelos criminosos em uma rua da cidade. “Tentamos parar as pessoas que passavam. Durante 25 minutos, vários triciclos, carros e motos desaceleraram, mas ninguém parou para ajudar”, disse o jovem de 23 anos, em entrevista ao canal Zee News.

“Não tínhamos roupa, não podíamos nos levantar e havia gente passando do nosso lado. Poderiam ter nos levado ao hospital ou nos dado roupa.” O jovem também criticou o hospital em que foram atendidos e a polícia. “Se ela tivesse sido internada desde o princípio em um bom hospital talvez estivesse hoje aqui conosco”, disse.

A entrevista concedida ao Zee News levou a polícia a abrir um novo inquérito, desta vez contra a rede de TV. As autoridades afirmam que as declarações podem revelar a identidade da jovem. A lei indiana estipula que as vítimas de um estupro devem ser protegidas pelo anonimato.

O acompanhante da vítima também falou por telefone, de Gorajpur, uma cidade de Utar Pradesh (norte), onde vivem seus pais, com a agência AFP. “O que posso dizer? A crueldade que eu vi não deveria ser vista nunca mais. Tentei lutar contra os homens, mas depois supliquei várias vezes que a deixassem.”

Comoção – Em 16 de dezembro, depois de sair de um cinema e tentar, sem sucesso, pegar um riquixá, os dois jovens embarcaram em um ônibus normalmente utilizado para levar alunos, mas que estava ocupado por um grupo de homens que tomaram o veículo para um “passeio noturno”. Uma vez no interior, ele foi agredido, e a jovem foi estuprada repetidamente e agredida com uma barra de ferro, e depois lançada nua para fora do ônibus.

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A jovem de 23 anos morreu no dia 29 de dezembro em um hospital de Cingapura depois de lutar durante 13 dias entre a vida e a morte. Seis suspeitos foram presos e a polícia acusou formalmente cinco homens, de 19 a 35 anos, de sequestro, estupro e assassinato durante uma primeira audiência, na última quinta-feira, perante o tribunal do distrito de Saket, no sul da capital.

Um sexto suspeito, que alega ser menor de idade, foi submetido a exames ósseos para verificar que realmente tem 17 anos, antes de ser levado a um tribunal de menores. O tribunal de Saket realizaria neste sábado uma segunda audiência para transferir o caso a um tribunal que permita um processo rápido.

O caso comoveu profundamente o país, provocando diversas manifestações exigindo que as mulheres sejam mais protegidas em uma sociedade terrivelmente machista.

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(com Agence France-Presse)

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