África do Sul poderia ‘fazer mais’ por mineradores, aponta OIT

Um relatório do organismo destacou que as pessoas que trabalham em minas “com frequência estão com sua segurança em risco”

Por Da Redação
24 ago 2012, 11h27

Trabalhadores da mina de Marikana, na África do Sul, exibem armas improvisadas durante protesto (Siphiwe Sibeko/Reuters/VEJA)

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou nesta sexta-feira que a África do Sul “poderia fazer muito mais” para melhorar a situação dos mineiros e que é possível “aumentar os esforços para a aplicação das normas existentes, principalmente no que diz respeito às áreas de segurança e saúde”.

O especialista em mineração da OIT que assinou o comunicado, Martin Hahn, denunciou que as pessoas que trabalham em minas “com frequência estão com sua segurança em risco”, estando expostas a riscos como deslizamentos de rochas, altas temperaturas e ruídos intensos. Ele ainda explicou que muitos mineiros sofrem doenças como silicose (causada pela inalação de partículas de sílica) e tuberculose.

Quanto aos salários, Hahn disse que os trabalhadores mais qualificados podem receber bem, mas que os mineiros com baixo nível de escolaridade geralmente ganham muito pouco.

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Ele também celebrou os avanços conquistados na mineração sul-africana durante os últimos anos, especialmente a diminuição no número de mortes, que passou de 774, em 1984, para 128, em 2008. “Mas ainda há muito por se fazer para criar uma cultura de prevenção e diminuir o número de mortes a zero”, concluiu.

Histórico: Na semana passada, 44 trabalhadores morreram na mina de Marikana, na África do Sul, após um confronto entre a polícia e um grupo de grevistas que reivindicavam um aumento salarial de 12% e melhorias nas condições de trabalho.

(Com Agência Efe)