Abril é mês mais sangrento no Iraque desde 2008, diz ONU
Guerra civil na vizinha Síria aumentou tensão entre sunitas e xiitas no país
Abril foi o mês mais sangrento no Iraque em quase cinco anos, com 712 pessoas mortas em ataques a bomba e outros tipos de confronto, informou nesta quinta-feira a missão da Organização das Nações Unidas (ONU) no país. Uma razão para o aumento do número de mortes é a guerra civil na vizinha Síria, que piorou a tensão entre muçulmanos sunitas e xiitas.
As tensões atingiram um pico desde que as tropas dos EUA se retiraram em dezembro de 2011. O número de ataques aumentou acentuadamente depois que as forças de segurança do país invadiram um acampamento de protesto sunita perto de Kirkuk, na semana passada, provocando confrontos que rapidamente se espalharam para outras áreas sunitas, incluindo a província de Anbar, que faz fronteira com a Síria e a Jordânia.
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“O mês de abril foi o mais mortal desde junho de 2008. Um total de 712 pessoas foram mortas e outras 1.633 ficaram feridas em atos de terrorismo”, disse um comunicado da ONU. O número de civis mortos no mês passado chegou a 595.
A capital Bagdá foi a mais afetada, com um total de 211 mortos e 486 feridos, segundo a missão da ONU.
Autoridades iraquianas divulgaram na quarta-feira um número muito menor de mortos para abril do que o número divulgado pela ONU. O Ministério do Interior disse que 245 pessoas foram mortas, incluindo 84 membros das forças de segurança.
A hostilidade ainda está bem abaixo do auge alcançado nos anos 2006 e 2007, mas a filial iraquiana da Al Qaeda e outros insurgentes muçulmanos sunitas estão lançando ataques diários para minar o poder do governo liderado pelos xiitas, e assim provocar um confronto mais amplo.
A política iraquiana está profundamente dividida em linhas sectárias, com o governo de Maliki vivendo um impasse sobre como dividir o poder entre xiitas, o maior grupo, sunitas e curdos, que comandam sua própria região autônoma no norte do país.
(Com agência Reuters)