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Uma dupla que faz tabela no gramado e nos ares

Wendy Emminger e Mandi Messinger são da Força Aérea americana e pilotaram o avião que trouxe ao Brasil a equipe feminina de futebol - que perdeu da Alemanha na estreia

Por Flávia Ribeiro, do Rio de Janeiro
18 jul 2011, 19h26

Concentradas durante a única semana de treino que a seleção americana teve antes dos Jogos Mundiais Militares na base McGill da Força Aérea, em Filadélfia, as meninas do futebol feminino de repente se deram conta de que duas delas eram pilotos de avião, e brincaram: “Ah, vocês bem que podiam pilotar o avião do time para o Rio!”. Muitos risos depois, a ideia começou a tomar conta dos pensamentos da capitã e piloto da Força Aérea Wendy Emminger, 30 anos, que logo foi conversar sobre o assunto com a tenente e co-piloto Amanda Messinger, a Mandi, de 25.

Wendy Emminger e Mandi Messinger, da equipe de futebol feminino dos EUA nos Jogos Mundiais Militares: elas são da Força Aérea americana e vieram pilotando o avião que trouxe a delegação
Wendy Emminger e Mandi Messinger, da equipe de futebol feminino dos EUA nos Jogos Mundiais Militares: elas são da Força Aérea americana e vieram pilotando o avião que trouxe a delegação (VEJA)

“Na nossa equipe, cada atleta é de uma base diferente, tem gente em base até na Alemanha. Só nós duas somos da mesma base, a McGuire, de Nova Jersey, e além disso pilotamos o mesmo tipo de avião. Eu falei com a Mandi que é muito raro acontecer uma coincidência como essa, e que poderíamos realmente levar nossa equipe nessa viagem. Se a ideia fosse aprovada, seria muito legal”, lembra a meia-atacante Emminger, camisa 7 da equipe que foi derrotada por 4 a 2 pela Alemanha ontem, em sua estreia na competição.

O avião em que as suas voam é um KC-10 Extender, aeronave-tanque que abastece os caças em pleno ar. Wendy e Mandi entraram em contato com seu comandante e, para sua surpresa, a ideia foi muito bem aceita. Quando elas viram, estavam pilotando KC-10 com a missão não de abastecer outras aeronaves, mas de levar o time de futebol feminino e a equipe de atletismo dos Estados Unidos para o Brasil. “Levamos 50 pessoas no total, num voo muito tranquilo”, conta a meia Messinger, camisa 10 da seleção.

Foi a primeira viagem das duas ao Brasil. Embora passem por várias regiões do mundo, seu destino mais comum são os céus de países do Oriente Médio. “Não temos muita oportunidade de vir à América do Sul. Sobrevoamos muito o Iraque e o Afeganistão, por exemplo”, conta Emminger, destacando que elas não pousam nessas áreas. A participação delas em missões em zonas de conflito é aérea, direcionada ao abastecimento dos outros aviões.

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As duas passam grande parte da vida no ar. E, em outra coincidência que as une, nunca haviam pensado em pilotar até se formarem na Academia da Força Aérea americana. “De repente, pilotar aviões pareceu uma ideia muito bacana.

Depois da graduação, cada uma de nós teve que passar um ano no curso de pilotos. E depois do curso, temos que acumular horas de voo”, conta Mandi. Justamente por estarem sempre em missões militares, as atletas americanas só se reuniram uma semana antes de virem para o Brasil. Pouco treinaram, e Emminger acredita que por isso elas sentiram tanto a falta de ritmo diante da Alemanha. “Nós trabalhamos demais em nossas bases. Faltou entrosamento”, avalia. Messinger rebate dizendo que a equipe é forte e que vai mostrar isso daqui para frente. “Vamos vencer a Noruega e mostrar que somos boas numa revanche contra a Alemanha. Nosso objetivo é chegar à final”, diz.

Nascida no Colorado, Messinger jogou futebol por um ano na Academia, mas trocou pelo rugby. Só recentemente voltou ao futebol. Emminger, de Minnesota, é bem mais experiente. Foi capitã do time da Academia da Força Aérea Americana por quatro anos e desde então joga torneios pela seleção das Forças Armadas, entre uma missão e outra. Esteve inclusive na edição passada dos Jogos Mundiais Militares, em Hyderabad, na Índia. E lembra que, com essa iniciativa, a duas realizaram um feito inédito: “Acho que nenhuma outra equipe voou pilotada por seus próprios atletas”. Dia 24, as duas voltam à cabine de seu KC-10, na viagem de volta aos Estados Unidos.

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