Viviane Araújo orgulhosa: ‘Quem sempre me viu como símbolo sexual está surpreso’

Passista, que tem seu maior desafio na TV na novela de Aguinaldo Silva, diz que ainda sofre preconceito, mas que tenta mostrar sua essência na trama

Por Meire Kusumoto SEGUIR SEGUINDO 20 ago 2014, 08h35

A atriz Viviane Araújo (João Cotta/ Globo/ Divulgação/VEJA)

Quem vê Viviane Araújo na pele de Naná, a manicure atrapalhada de Império, não consegue deixar de lembrar que a moça fez carreira como rainha de bateria da escola de samba carioca Salgueiro. E, claro, como a mulher do pagodeiro Belo, com quem foi casada por nove anos, até 2007, quando ele ainda estava na prisão. Com um currículo que inclui pequenas participações em seriados como Brava Gente e Toma Lá, Dá Cá e nos humorísticos Escolinha do Professor Raimundo e Zorra Total, todos da Globo, Viviane vem surpreendendo em seu primeiro grande desafio em uma novela. Em entrevista ao site de VEJA, ela afirma que não tem formação profissional como atriz e que sofre preconceito por isso. “Algumas pessoas chegaram a dizer para o Aguinaldo Silva colocar outra pessoa no meu papel.”

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Para calar os invejosos de plantão e deitar o seu beijinho no ombro, ela se preparou por mais de um ano para viver Naná, período em que aprendeu uma dica valiosa da preparadora de elenco Camila Amado: deixar transparecer sua essência na TV. Mas não por completo, veja bem. Viviane, que define a si mesma como um símbolo sexual do Carnaval, diz que tentou dar outro tratamento a Naná. “Eu não quis mostrar o lado sensual da Naná, quis esquecer um pouco isso e apresentar um lado mais engraçado para o público poder separar a personagem da sua intérprete.” E parece estar dando certo: Viviane conta que recebe muitos elogios nas ruas de pessoas que se divertem com a “burrice” de Naná. Que, veja bem, é só de Naná.

Confira a entrevista de Viviane Araújo:

Como você se preparou para o papel? Fez algum laboratório? Eu recebi o convite do Aguinaldo Silva em 2012, depois de sair de A Fazenda, e desde então me preparo para essa novela. Estudei com a Camila Amado, uma preparadora de atores. O mais importante que ela me fez enxergar foi deixar transparecer a minha essência no papel. Acho que todo ator, quando vai interpretar um personagem, acaba se vendo nas situações retratadas ali.

Aguinaldo Silva escreveu o papel da Naná especialmente para você, mas o público estranhou sua escalação no começo. Chegou a sofrer preconceito por não ter formação de atriz? O Aguinaldo teve um cuidado especial comigo, ele foi me procurar porque me quis na novela. Acho que algumas pessoas chegaram a dizer para ele colocar outra pessoa. Existe o preconceito por ser minha primeira novela, e uma novela das nove. Mas a Naná conquistou o público porque é super do bem, divertidíssima, engraçada, com um coração enorme. Ela é meio burra, fala muita besteira.

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Agora, o público parece estar gostando da sua interpretação. Tem recebido elogios ou críticas nas ruas? Recebi muitos elogios nas ruas, nas redes sociais. As pessoas dizem que ficaram surpresas com a minha atuação. Elas sempre me viram como uma mulher bonita, um símbolo sexual do Carnaval, e de repente me veem fazendo novela. Eu quis não dar esse tratamento sensual à Naná, quis esquecer um pouco isso e apresentar um lado mais divertido para o público poder separar as duas coisas.

Naná integra a dupla cômica da novela ao lado de Xana Summer. Como está sendo a experiência de gravar ao lado de Ailton Graça? Tudo se encaixou muito bem, inclusive essa parceria com o Ailton Graça. Foi um presente, ele é generoso, cuidadoso, me ajuda. A gente conversa sobre tudo o que vai acontecer na cena. Estamos nos dando muito bem. Ele me dá muitas dicas sobre luz e para onde olhar nas sequências.

Você é uma mulher sensual. Já recebeu uma proposta para posar nua depois da estreia de Império? Não recebi e não quero fazer. Nem estou pensando nisso agora.