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Chegada da White Cube destaca SP no mapa internacional

Bom momento de artistas brasileiros e do mercado nacional de artes atrai renomada galeria londrina, que abre aqui sua segunda filial fora do Reino Unido, prevendo grandes exposições. Primeira mostra é da britânica Tracey Emin

Por Mariana Zylberkan
1 dez 2012, 16h50

As recentes experiências no Brasil da galeria londrina White Cube, uma das mais renomadas do mundo, não poderiam ter sido melhores. Em maio, na sua primeira participação numa feira de arte brasileira, a SP-Arte, a galeria faturou 1,4 milhão de libras (4,6 milhões de reais) apenas no dia da inauguração, restrita a convidados. Em setembro, ela praticamente repetiu o desempenho na abertura para convidados da Art Rio. Ao bom resultado comercial, soma-se a resposta positiva do público à exposição Corpos Presentes, de Antony Gormley. A primeira organizada pela White Cube no país, ela atraiu 562 mil visitantes no Rio, São Paulo e Brasília – onde fica em cartaz até 6 de janeiro. A conjunção dessas performances, além da boa fase dos artistas do país, convenceram a White Cube a concretizar um projeto que sempre pareceu distante: se estabelecer no Brasil. Neste sábado, a galeria abre a sua segunda filial fora do Reino Unido – a outra fica em Hong Kong – na Vila Clementino, em São Paulo, com a exposição de estreia da britânica Tracey Emin no país.

Números animadores do mercado de artes nacional também pesaram na decisão. De acordo com pesquisa da Associação Brasileira de Arte Contemporânea (Abact), as galerias do país viram sua receita crescer 44% nos últimos dois anos, o que tornou o Brasil um dos centros mais prósperos para as artes hoje. E, segundo dados da ApexBrasil, o país registrou uma cifra nunca vista nas exportações de obras, no ano passado: 60,1 milhões de dólares.

“Há demanda por grandes exposições de arte no Brasil, e é isso que pretendemos levar ao país”, afirma o diretor da White Cube, Tim Marlow. Entre as mostras que a galeria pode trazer, a mais esperada é a individual de Damien Hirst, estrela das artes visuais que nunca expôs sozinho no Brasil. O trabalho do britânico é considerado um dos mais importantes da atualidade. “Em março, vai ser aberta uma exposição dele em Hong Kong, mas não queremos levar a mesma mostra ao Brasil, a intenção é fazer algo especial para o país.” O diretor também confirmou interesse em trazer a dupla Gilbert & George, que participou recentemente de projeto na Casa de Vidro de Lina bo Bardi.

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Leia a seguir trechos da entrevista concedida pelo diretor da White Cube Tim Marlow ao site de VEJA.

Por que montar uma filial da White Cube em São Paulo? O que nos atrai é a qualidade da arte visual produzida no Brasil atualmente. Ficamos impressionados também com a boa resposta que tivemos em relação à exposição de Antony Gormley. Isso nos encorajou e nos fez perceber que há demanda por grandes exposições de arte, e é isso que pretendemos levar ao Brasil.

Há interesse comercial também? Nosso plano não é simplesmente comercial, não é vender todas as obras de arte que expusermos aqui, isso seria loucura. O mais importante é trazer grandes exposições. Os artistas que representamos, que são os melhores do mundo, têm mostrado bastante entusiasmo com a instalação da galeria em São Paulo e a possibilidade de ter exposições no país.

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Como vai ser o trabalho na prática? Queremos falar com curadores, artistas, ver a possibilidade de organizar exposições, assim como fazemos em Londres, e pensar em projetos interessantes que podem ou não sair do papel. Ainda não há uma programação montada, queremos um diálogo com a cidade primeiro. Queremos sentir como os artistas e o público reagem ao espaço que vamos inaugurar e, a partir disso, pensar em projetos.

Qual é o papel da White Cube em São Paulo? Ser uma base para nosso trabalho, onde mapearemos a cena cultural da cidade. Queremos ter cerca de quatro exposições por ano.

Vai haver um intercâmbio com artistas brasileiros? Temos interesse de levar o trabalho de artistas brasileiros para outros países, mas não há um plano de equivalência entre exposições de artistas estrangeiros e nacionais na galeria. Os brasileiros já são representados por grandes galerias ao redor do mundo, mas eu espero ter um diálogo com eles para pensarmos em compor trabalhos criativos.

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Serviço: You Don’t Believe in Love But I Believe in You (Você Não Acredita no Amor, mas Eu Acredito em Você) abre neste sábado na galeria White Cube (rua Agostinho Rodrigues Filho, 550, Vila Clementino). Terça a sábado, das 11h às 19h. Horários alternativos na primeira semana da exposição: domingo, das 12h às 18h, e segunda-feira, das 11h às 19h. Entrada gratuita.

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