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MEC volta atrás e cancela testes de mais 500 participantes do Enem

Quarenta dias depois de ser informado pela PF que vazamento da prova era maior, ministério anula 14 questões de estudantes de cursinho do CE

Por Da Redação
21 dez 2011, 11h14

Exatos quarenta dias após ser informado pela Polícia Federal que o vazamento do Exame Nacional do Ensino Médio (2011) era maior do que admitia, o Ministério da Educação (MEC), enfim, voltou atrás e ampliou o cancelamento de questões da prova. Agora, além dos 639 estudantes do ensino regular do Colégio Christus, os 500 alunos do curso pré-vestivular da mesma instituição também terão as 14 questões vazadas canceladas em sua média final.

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É a decisão justa, já que o cancelamento agora atinge todos os participantes que tiveram acesso privilegiado à prova. Mas é uma decisão tardia. Como já foi dito, há 40 dias o MEC sabe que o vazamento não se restringia aos estudantes do Colégio. Confrontado com as evidências, o MEC se calou. Em entrevista a VEJA.com no dia 9 deste mês, um assessor direto do ministro Fernando Haddad afirmou que “os indícios apresentados pela PF não foram considerados fortes o suficiente”. Se não eram fortes naquela data, o MEC deve explicar quais são as novas informações que levaram ao cancelamento.

O assunto do vazamento, contudo, não deve de maneira alguma ser encerrado com a decisão tardia desta quarta-feira. Como revelou reportagem de VEJA.com desta segunda-feira, a PF colheu testemunhos que colocam em xeque a lisura da elaboração do Enem, durante a fase conhecida como pré-teste. Nessa etapa, questões que poderão ser apresentadas no Enem são resolvidas por estudantes, com o objetivo de determinar o grau de dificuldade dos testes. Só então, as questões seguem para o banco de dados do Enem e, em seguida, são aplicadas no exame federal.

Segundo depoimentos de um profissional que prestava serviços para a Cesgranrio, fundação contratada pelo Inep para aplicar o pré-teste, houve uma falha grave nessa etapa. Os profissionais contratados para fiscalizar o pré-teste em Fortaleza em 2010, justamente no Colégio Christus, mantinham laços profundos com a escola. Além de contrária ao bom-senso, a prática era proibida pelo próprio MEC, que prometia rigor na fiscalização. Se pessoas ligadas à escola tiveram acesso aos testes, viola-se o princípio da isonomia, segundo o qual todos os participantes do Enem devem estar submetidos às mesmas condições ao realizar a prova. Resta apurar também se a falta de rigor descoberta pela PF em Fortaleza se repetiu em outros pré-testes: no ano passado, 16 avaliações como essa foram realizadas em todo o país.

O ministro Fernando Haddad não se pronunciou sobre o assunto. Aliás, desde que o episódio teve início, no próprio fim de semana de realização do exame, nos dias 22 e 23 de outubro, ele pouco falou sobre o tema. Praticamente, restringiu-se a afirmar que problemas como o ocorrido no Enem eram corriqueiros em exames similares de outros países, como o SAT americano. Ouvido pela reportagem de VEJA, o representante do ETS, associação responsável pelo SAT, negou a tese do ministro.

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