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Neutrinos não são mais rápidos que a luz, confirma novo experimento

Cálculo anterior estava errado; velocidade dos neutrinos não desafia Teoria da Relatividade de Einstein

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h42 - Publicado em 18 mar 2012, 21h57

O Icarus, novo experimento realizado no Laboratório Nacional de Gran Sasso, na Itália, confirmou que os neutrinos realmente não são mais rápidos do que a luz, segundo comunicado do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern). A nova medição do tempo de voo de neutrinos desmente a medida inicial relatada pelo experimento Opera, do mesmo laboratório, realizado em setembro de 2011.

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O que é um neutrino?

Neutrinos são partículas subatômicas (como o elétron e o próton), sem carga elétrica (como o nêutron), muito pequenas e ainda pouco conhecidas. São gerados em grandes eventos cósmicos, como a explosão de supernovas, em reações nucleares no interior do Sol e também por aceleradores de partículas. Viajam perto da velocidade da luz e conseguem atravessar a matéria praticamente sem interagir com ela. Como não possuem carga, não são afetados pela força eletromagnética. Existem três “sabores” de neutrinos: o neutrino do múon, o neutrino do tau e o do elétron.

Por que um corpo com massa não é capaz de atingir a velocidade da luz?

De acordo com as equações da Teoria da Relatividade, quanto mais um corpo se aproxima da velocidade da luz, mais energia é necessária para que ele continue ganhando velocidade. Essa energia teria que ser infinita – uma quantidade maior, por exemplo, do que a existente no universo – para que esse corpo fosse acelerado até a velocidade da luz.

Entenda o experimento Opera

Os pesquisadores enviaram neutrinos, um tipo de partícula subatômica, dos laboratórios do CERN, na Suíça, para outras instalações a 732 quilômetros em Gran Sasso, na Itália, e descobriram que elas chegaram 60 bilionésimos de segundo antes da luz. A equipe fez a medição 16.000 vezes e chegou a um nível estatístico que a ciência aceita como descoberta formal.

O Opera abalou o mundo da física ao desafiar um dos pilares da Teoria da Relatividade, proposta pelo físico Albert Einstein no início do século XX. O experimento chegou à conclusão de que neutrinos gerados na Suíça teriam percorrido a distância de 732 quilômetros pela crosta terrestre até a Itália a uma velocidade 60 bilionésimos de segundo mais rápida do que raios de luz, algo impossível pelas teorias vigentes, já que a velocidade da luz é considerada o limite máximo de velocidade do universo.

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Em fevereiro deste ano, “fontes familiarizadas com o experimento” declararam que os cálculos feitos pelo Opera poderiam estar errados. A diferença de 60 nanossegundos teria vindo de um mau contato entre uma placa de computador e um cabo de fibra ótica que conecta o receptor de GPS usado para corrigir o tempo de viagem dos neutrinos.

Para comprovar tal teoria, os cientistas apostaram no experimento Iacrus, em que uma nova medição da velocidade dos neutrinos foi realizada em jornada igual ao do teste anterior, entre o laboratório italiano e o Cern, na Suíça, distantes 732 quilômetros entre si. Os resultados mostraram um tempo de voo equivalente à velocidade da luz, e não maior, como sugeria o experimento Opera.

“Essa descoberta indica que os neutrinos não excederam a velocidade da luz”, informou o Cern em um comunicado divulgado à imprensa. Segundo Sergio Bertolucci, diretor do centro europeu, outras verificações estão sendo feitas, inclusive novos experimentos com feixes de partículas em maio, a fim de dar um veredicto final.

(Com Agence France-Presse)

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