Bactérias presentes na boca variam conforme a etnia
Uma pesquisa descobriu que a genética influencia mais a composição dos micro-organismos bucais do que o estilo de vida
O tipo de bactéria presente na boca de uma pessoa depende mais da etnia à qual ela pertence do que de seu estilo de vida. A descoberta, descrita em um estudo publicado na semana passada no periódico Plos One, pode ajudar no tratamento de doenças bucais.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Deep Sequencing Identifies Ethnicity-Specific Bacterial Signatures in the Oral Microbiome
Onde foi divulgada: periódico Plos One
Quem fez: Matthew R. Mason, Haikady N. Nagaraja, Terry Camerlengo, Vinayak Joshi e Purnima S. Kumar
Instituição: Universidade do Estado de Ohio, EUA
Dados de amostragem: 100 pessoas de 4 etnias diferentes (afro-americano, caucasiana, latina e chinesa)
Resultado: Os pesquisadores descobriram que a genética (neste caso, a genética relacionada à etnia) exerce uma influência maior na determinação das bactérias presentes da boca de uma pessoa do que o ambiente em que ela vive ou seu estilo de vida
Em cada boca existe uma combinação única de bactérias, que formam uma comunidade de micróbios na saliva, na gengiva e nas placas presentes nos dentes. Embora a composição desses micro-organismos seja diferente entre os indivíduos, uma pesquisa mostrou que a genética é de grande importância na sua determinação.
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Diferenças étnicas – Os cientistas identificaram quase 400 espécies de bactérias nas bocas de 100 pessoas pertencentes a quatro etnias: afro-americana, caucasiana, latina e chinesa. Apenas 2% das espécies estavam presentes em todos os participantes, e 8% em 90% dos voluntários.
Cada grupo étnico apresentou um padrão distinto de bactérias, principalmente nas gengivas. “Isso sugere que o genótipo do hospedeiro exerce uma influência maior na determinação da comunidade de micróbios do que o ambiente”, escreveram os autores.
Previsões – Os pesquisadores desenvolveram um algoritmo capaz de prever a etnia de uma pessoa com base nas bactérias de sua gengiva com 62% de precisão – chegando a 100% para pessoas de origem afro-americana. Segundo os autores, o próximo passo é descobrir se certos grupos microbianos podem causar predisposição a uma determinada doença.