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Eduardo Coutinho mostra sua ‘coleção de histórias de amor’

'As Canções', novo documentário do diretor de 'Edifício Master', mostra as músicas que marcaram a vida de 14 pessoas

Por Carlos Helí de Almeida, do Rio de Janeiro
14 out 2011, 13h01

Um documentário modesto e delicado roubou as atenções desta quinta-feira (13) do 13º Festival do Rio, cuja programação, até então,vinha garantindo seu brilho pela representatividade de convidados estrangeiros e filmes premiados ao redor do mundo. Trata-se de As Canções, o novo trabalho do paulistano Eduardo Coutinho, um dos maiores documentaristas brasileiros da atualidade, cujo mote parece tirar proveito de um velho ditado popular: “Quem canta seus males espanta”.

A premissa é simples: 14 personagens sentam diante do diretor (que está sempre fora do quadro), cantam para ele suas canções preferidas – algumas de cantores conhecidos, outras criadas pelos próprios entrevistados – e explicam por que tais músicas marcaram suas vidas. Com a habilidade de entrevistador que lhe é peculiar, o autor de Edifício Master e do ainda recente Jogo de Cena extrai depoimentos reveladores, alguns muito emocionantes e até engraçados, em geral ligados a relacionamentos afetivos.

Aplaudido várias vezes em cena aberta pela plateia que lotou o Cine Odeon, Coutinho, de 78 anos, resumiu seu filme como uma coleção de “histórias de amor”. “Esse filme não me deu trabalho nenhum, foi muito simples de fazer, foi feito por essas pessoas maravilhosas que deram seus depoimentos e pela equipe da produção”, brincou o realizador. As Canções ganha sessões para o público nesta sexta-feira (14), às 13h, no Pavilhão do Festival (Cais do Porto), e neste sábado (15), às 15h40 e 20h, no Estação Vivo Gávea 5.

Anônimos de diferentes gerações, crenças, raças e até nacionalidades se revezam diante de Coutinho. Há a senhora que conta como conheceu o marido quando os dois ainda eram crianças e se tratavam de poliomieliete no hospital, e que, até a morte dele, os dois cantavam versos de uma canção criada por ele antes de dormir e ao acordar. Mais adiante, uma jovem inglesa que veio para o Rio aprender capoeira, casou-se com um brasileiro e foi abandonada por ele depois de um ano juntos, conta como a letra de um samba ajudou-a a superar a separação.

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As histórias de As Canções nem sempre estão ligadas a um caso de coração partido. Um rapaz, filho de um petroleiro, que passava longas temporadas no mar, canta uma canção que ele mesmo escreveu para pedir desculpas ao pai, que morreu ele tinha 12 anos de idade.

A sessão de gala do filme de Coutinho incluiu um momento de emoção extra: o diretor reencontrou Elizabeth Teixeira, viúva do líder do movimento dos sem-terra João Pedro Teixeira, assassinado em 1962. Ela é a principal personagem de Cabra Marcado Para Morrer (1982), um dos documentários mais premiados do diretor, e do curta Uma Visita Para Elizabeth Teixeira (2011), de Susanna Lira, exibido antes do longa-metragem do diretor. O filme de Susanna paga uma visita à viúva, que viveu na clandestinidade por quase duas décadas, trinta anos da realização do clássico de Coutinho.

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