Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Criador de ‘Homeland’ explica sucesso da série

O roteirista israelense Gideon Raff fala sobre a nova postura de Hollywood diante das produções de seu país após o seriado ganhar o Globo de Ouro

Por Mariana Zylberkan
7 abr 2012, 10h45

O roteirista Gideon Raff é considerado um dos principais responsáveis pela consolidação de Israel como um forte país exportador de programas televisivos. É de sua autoria a série Homeland, que ganhou a maior premiação no Globo de Ouro deste ano. O drama do sargento Brody, que volta para casa depois de oito anos como prisioneiro de guerra no Iraque, estreou originalmente sob o título Prisioners of War (Prisioneiros de Guerra), na TV israelense, em 2010. O sucesso da série atravessou o oceano e chamou a atenção de produtores em Hollywood.

Nos Estados Unidos, Raff adaptou e produziu Homeland, a versão americana estrelada por Damian Lewis, no papel do ex-prisioneiro de guerra, e Claire Danes, como a agente militar que sofre de um distúrbio psiquiátrico.

Após o reconhecimento de público e crítica conquistado pela série, as produções israelenses ganharam mais visibilidade no mercado americano. “Como Homeland se tornou um sucesso enorme, produtores americanos passaram a se interessar pelo que acontece em Israel”, diz Raff.

LEIA TAMBÉM:

LEIA TAMBÉM: Brasil entra no mapa da indústria televisiva de Israel

O roteirista israelense Gideon Raff
O roteirista israelense Gideon Raff (VEJA)
Continua após a publicidade

Como a série Prisioners of War foi parar nos Estados Unidos? Eu morava lá quando escrevi a série em hebraico para a TV de Israel. O diretor da emissora israelense Keshet, Avi Nir, me pediu para traduzir e enviou o roteiro para seus clientes Howard Gordon e Alex Gansa, produtores da série 24 Horas nos Estados Unidos, que se interessaram na hora. No começo, a adaptação foi difícil porque israelenses e americanos veem de maneiras diferentes o tema prisioneiros de guerra.

Em que fase está a produção da segunda temporada? Em maio, começam as gravações em Israel e o lançamento será em setembro nos Estados Unidos. Na primeira temporada, apenas as primeiras cenas foram gravadas em Israel e agora decidimos investir mais nisso.

Qual é o orçamento para cada capítulo de Homeland? Varia muito, mas vamos dizer que, com a verba de um episódio de Homeland, eu conseguiria fazer uma temporada inteira de Prisioners of War em Israel.

Por que a série emplacou nos Estados Unidos? A série tem um apelo internacional muito grande pelo fato de israelenses e americanos serem povos sensibilizados pelo tema abordado. A indústria de TV em Hollywood é muito fechada e cruel e só investe em formatos que são garantia de sucesso. A aceitação de programas israelenses é algo muito recente.

O que contribuiu para essa mudança? A greve dos roteiristas em 2007 abriu espaço para formatos e ideias originadas fora de Hollywood. Como Homeland se tornou um sucesso enorme, outros produtores americanos passaram a se interessar pelo que acontece em Israel. Há muitos talentos, mas o mercado de TV é muito restrito por lá e a falta de dinheiro para investir nas produções é um grande problema. A única saída é apostar em formatos criativos com baixo orçamento. Na verdade, a produção televisiva em Israel sempre foi assim. O que mudou foi a postura em Hollywood.

Continua após a publicidade

Qual é a principal diferença entre os programas israelenses e americanos? A diferença é enorme. Na versão original, eu escrevi e dirigi todos os episódios. As gravações foram feitas em tomadas longas por causa do orçamento baixo, não tínhamos verba para bancar muitas diárias e gravar em muitas locações diferentes. Nos Estados Unidos, há um diretor diferente para cada episódio e uma equipe de roteiristas, ou seja, a estrutura é muito maior. Em Israel, por carecer de todos esses recursos, prioriza-se a inovação de formatos e episódios de séries mais longos.

Como o orçamento baixo influencia as produções israelenses? Temos que ser mais criativos. Por exemplo, não temos três câmeras para captar diversos ângulos de uma só tomada e cada episódio tem que ser gravado em três ou quatro dias. Por isso, o roteiro tem que ser muito específico e a pré-produção torna-se essencial.

Qual foi o ponto de partida para o enredo de Homeland? Na versão original, a história parte de três ex-prisioneiros de guerra e não apenas um, como acontece em Homeland. Na versão americana, os produtores preferiram concentrar a trama em apenas um personagem para que sua vida familiar também pudesse ser explorada. O distúrbio psicológico da agente militar e a relação entre Brody e seus filhos também foram priorizados na versão americana.

Tem projeto de uma nova série? Primeiro, eu quero fazer muitas temporadas de Homeland e Prisioners of War. Eu tenho outros projetos engatilhados, mas ainda é muito cedo para comentar.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.