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“A moda brasileira está no caminho certo”

Paulo Borges fala sobre os 15 anos do São Paulo Fashion Week

Por Eliana Sanches, do ModaSpot.com
28 jan 2011, 14h17

“Antes não éramos reconhecidos nem mesmo como um polo de desenvolvimento. Hoje, além de respeitados, somos reconhecidos como uma das cinco semanas de moda mais importantes do mundo.”

Paulo Borges, organizador da SPFW

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Este ano, o São Paulo Fashion Week comemora 15 anos. Ao longo dessa trajetória, o país viu o mercado de moda aparecer, crescer e se consolidar. Muito pelo empenho de seu criador, Paulo Borges. Diretor criativo da Luminosidade, ele é a figura forte no mundo da moda nacional. Pouco antes da abertura da 30º edição da semana de moda em São Paulo, ele falou ao MODASPOT. Começou fazendo um balanço dos eventos no Rio, falou sobre o desafio de dar continuidade ao seu projeto para a moda brasileira, que tem no próximo passo a intenção de internacionalizar o setor, e comentou seu encontro recente com a presidente Dilma Rousseff. “Percebi na fala dela que, de fato, pretende promover não só a transformação do setor, como criar novos mecanismos para isto”, diz Paulo, entusiasmado. Acompanhe, os principais trechos da entrevista:

Qual seu balanço desses 15 anos de SPFW? O que você está preparando para comemorar? Foi um período de grandes conquistas para a moda. Da construção de uma percepção muito clara para o desenvolvimento do setor. Estamos preparando muitos detalhes que serão divulgados na hora certa. No ano passado, você deixou a presidência da Luminosidade, mas ainda é o maior envolvido no SPFW. O que mudou em termos de gestão e de organização e o que ficou igual? Eu não saí da Luminosidade como muitos acham. Eu deixei de ser o presidente da empresa (uma função que eu já acumulava) e fiquei como diretor criativo, fazendo consultorias externas e palestras. Nada mudou na Luminosidade. Estamos vivendo apenas dois anos de novas relações, mas eu diria que está tudo muito integrado. Durante esses 15 anos, a imagem da moda brasileira mudou no exterior? Como somos vistos agora? Mudou muito. Antes não éramos reconhecidos nem mesmo como um polo de desenvolvimento. Hoje, além de respeitados, somos reconhecidos como uma das cinco semanas de moda mais importantes do mundo. No seu projeto de 30 anos dedicados à moda, os anos iniciais diziam respeito à criação de um calendário, que se solidificou. Os próximos passos estão ligados à internacionalização da moda brasileira. O que já está bem encaminhado e o que falta fazer? A internacionalização é bem mais complexa porque depende de uma cultura que está em construção – e emaranhada em muitas outras estratégias. O mais importante para esta década é estabelecer a transformação do negócio da moda. Fazer com que o governo entenda toda a cadeia produtiva da moda e do design. Aí, sim, teremos finalizado com sucesso todas as nossas etapas desse longo projeto de moda. A moda brasileira está no caminho certo. Já conquistamos muito mais do que poderíamos sonhar. Falando no governo, como foi seu encontro com a presidente Dilma Rousseff? Como você sentiu a disposição dela em investir no setor de moda no país? Foi um encontro maravilhoso. Ela está absolutamente atenta à indústria da moda e do design, como havia me dito durante uma entrevista ainda na época da campanha, em junho de 2010. Nessa nova conversa, da qual também fez parte o Ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, ela reafirmou essa intenção. Acredito que, de fato, ela vai promover não só a transformação do setor, como criar novos mecanismos para isso, como um Ministério de Pequenas e Médias Empresas, o que é ótimo para o país. Esta foi a quarta edição do Fashion Rio sob comando da Luminosidade. Além do line-up mais enxuto, quais mudanças foram implantadas na semana carioca? Nas edições de inverno, normalmente o line-up fica menor por não termos os desfiles de moda praia. E, nesta edição, deixaram de desfilar Isabela Capeto e Graça Otoni. Outra situação, que herdamos do antigo Fashion Rio, é que nas edições de inverno algumas grifes, mesmo não sendo de moda praia, não desfilavam as duas estações com regularidade. E isso ainda não foi totalmente reorganizado. Mas é natural que se leve um tempo. A volta do Hot Spot está confirmada? Será o espaço para novos estilistas em São Paulo? O Hot Spot voltará, mas em outro formato. Não será somente para estilistas nem terá o formato de apresentação de coleções um ano para ser organizado, acontecerá apenas a cada dois anos, tornando-se definitivamente bienal. Em essência, ele será para novos talentos em diversas áreas criativas. Ainda existe a ideia de concentrar todas as marcas de moda praia em desfiles no Rio? E nas temporadas de inverno, em que elas não desfilam, como seria? Eu fiz esse convite às marcas de Moda Praia que desfilam no SPFW, mas a decisão de mudarem para o Fashion Rio é delas. Eu acredito que isso seria mais convergente para a moda, assim como para o desenvolvimento dessa imagem de moda. Na temporada de inverno, seria como sempre foi, mas seguindo o caminho que estamos projetando, de consolidar o line up do Fashion Rio. Você vê algum diferença no DNA da moda desfilada no Fashion Rio e na do SPFW? É possível ver identidades diferentes em cada cidade? O que de fato existe é um tempo de maturação diferente. Enquanto o Fashion Rio tem sete ou oito anos, o SPFW completou quinze. Isso já faz uma enorme diferença. Sobre diferenciar um evento do outro, estamos nessa busca, a partir de alguns pilares, como a própria moda praia, o lifestyle, o esporte. Enfim, trabalhamos a ideia de trazer para o Rio grifes que respirem essas referências, pois dessa forma fica mais pertinente. Como cada uma é vista e consumida pelo mercado nacional e pelo internacional? A cada edição, o SPFW fica mais focado na criatividade, na inovação. Na sua última entrevista ao MODASPOT, você falava em se preparar para a aposentadoria. Mas continua a pleno vapor. Como estão seus planos? Eu estou me preparando para ficar somente como espectador. Por isso tenho desenvolvido equipes e parcerias que estarão no comando quando eu estiver sentado, apenas assistindo a um desfile. Mas isso ainda tem um bom tempo para acontecer.

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