Viúva de ganhador da Mega-Sena deve depor nesta quarta

A viúva do milionário Renné Senna, ganhador da Mega-Sena em 2005, deve ser ouvida nesta quarta-feira durante o seu julgamento e de mais outras três pessoas acusadas de envolvimento na morte do milionário. A sessão começou às 10h40 com uma testemunha de defesa de Adriana Ferreira de Almeida, que foi casada com Senna e é a principal acusada de ser mandante do crime. A irmã dela prestou depoimento até as 13h. Ainda devem ser ouvidas sete pessoas. Dependendo do horário da conclusão dos depoimentos, há a possibilidade de ser transferida para a quinta-feira o interrogatório de Adriana. O julgamento acontece no Fórum de Rio Bonito, município a 76 quilômetros do Rio.

Este é o terceiro dia de julgamento dos quatro acusados. No segundo dia, pelo menos três testemunhas de acusação confirmaram o envolvimento de Adriana na morte de Senna. O primeiro depoente de quarta foi o administrador da Fazenda Nossa Senhora da Conceição comprada por Senna. Ele trabalhou para o casal durante um mês. Depois, foi demitido pela mulher do milionário. Segundo o administrador, ele viu Adriana ordenar aos porteiros que impedissem a entrada de parentes de Senna. “Renné não mandava nada. Ela era a lei lá”, afirmou em depoimento.

Outro depoente disse ter tido relacionamento amoroso com Adriana em duas ocasiões. Uma delas durou quatro meses, em 2005, e a outra começou no segundo semestre de 2006. o ex-amante disse ter ouvido de Adriana que ela pretendia se separar do marido e que já tinha todos os bens materiais. O motivo da separação seria a falta de liberdade e a falta de uma relação sexual com Senna. Segundo o depoente, ele e Adriana não mantiveram relação desde o crime.

A filha de Senna foi uma das que depôs na quarta durante três horas. Durante duas horas, ela respondeo as perguntas feitas pelo advogado da viúva. Ela disse que recebia uma mesada mensal de 1.500 reais e que o pai, após receber o prêmio, ajudava a família com a compra de imóveis, carros e dinheiro. Para a filha, deu uma casa em Itaipuaçu, no valor de 350 mil reais.

O romance entre Senna e Adriana começou no final de 2005, segundo a filha. Ela disse que “era por interesse”, porque o pai era mais velo, rico e não tinha as pernas. A filha ainda disse que no começo do relacionamento Adriana tratava bem o marido. Com o tempo, no entanto, percebeu que ele ficava com as feridas abertas – ele era diabético- e com a barba por fazer.

A filha da vítima assegurou que era Adriana a responsável por administrar o dinheiro de Senna e disse ao pai que ela gastava muito. Renné teria dito à filha que desconfiava da existência de um amante de Adriana e que iria retirá-la do testamento. A depoente disse ainda que a acusada criava obstáculos para a família visitar Senna.