Tornado em Xanxerê: radar está quebrado há 3 meses
Equipamento teve defeito três vezes em fonte de alimentação de energia elétrica e parou de funcionar em janeiro – reparo está atrasado
Principal ferramenta para monitorar eventos meteorológicos e emitir alertas sobre desastres naturais em Santa Catarina, como o tornado que matou duas pessoas e deixou mais de 1.000 desabrigadas em Xanxerê, Oeste Catarinense, o radar da Defesa Civil está quebrado há três meses e com o conserto atrasado. O equipamento instalado em Lontras, no Vale do Itajaí, operava em fase de testes e parou de funcionar na noite de 19 de janeiro, segundo o governo Raimundo Colombo (PSD). O motivo da falha ainda não foi confirmado, embora o radar já tenha parado três vezes por problemas de ordem elétrica. As hipóteses mais prováveis são o defeito de fabricação em uma peça e danos causados por um raio.
A secretaria disse, em nota técnica, que o radar “sofreu uma avaria na fonte de alimentação de alta tensão” – um conversor de potência necessário para que o radar receba energia elétrica para funcionar. O governo estadual chegou a estimar que conseguiria substituir a peça, fabricada fora do país, para colocar o radar em operação até o fim de março, o que não ocorreu.
“A SDC [Defesa Civil] vem trabalhando com os engenheiros da empresa fabricante do radar – EEC, no diagnóstico das possíveis causas desta avaria. Uma das hipóteses até então levantadas pode ser uma descarga elétrica provocada por um raio durante uma tempestade. Apesar do sistema de para-raios estar instalado conforme as normas técnicas da ABNT, dependendo da descarga elétrica o raio ainda pode causar danos”, diz a nota. “Outra possibilidade é a fonte de alimentação com defeito, pois é a terceira vez que ela apresenta problemas. Por ser um problema recorrente está sendo feita uma investigação detalhada das possíveis causas e está sendo discutido com a empresa o acionamento da garantia [de 2 anos].”
A Defesa Civil também diz que “é comum que um radar meteorológico tenha uma indisponibilidade relativamente alta nos primeiros meses de operação”. A secretaria disse que desde outubro de 2014 investe na compra de peças sobressalentes, de reserva, para agilizar a substituição em caso de problemas e na contratação de serviços de manutenção – até agora, porém, o equipamento continua parado.
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