Temer nega acusação de que teria recebido propina

Veja revelou em 2001 esquema envolvendo político; planilha mostra recursos obtidos por meio de propina para campanha

Por Luciana Marques e Carolina Freitas
5 abr 2011, 20h15

O vice-presidente, Michel Temer (PMDB), negou em nota nesta terça-feira a acusações de que ele teria participado de um esquema de cobrança de propina empresas detentoras de contratos do Porto de Santos, no litoral paulista. Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, o caso chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) em fevereiro e na semana passada seguiu para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que deverá emitir um parecer sobre as denúncias. Reportagem publicada em VEJA em março de 2001 já informava sobre a suspeita de envolvimento do vice-presidente na cobrança de propina de empresas que atuam no porto.

No texto divulgado à imprensa, Temer diz que as acusações já foram examinadas pelo Ministério Público Federal (MPF), em 2002, que pediu arquivamento do feito “em face da absoluta ausência de provas e inconsistência da denúncia”. Temer disse ainda que o tema voltou à cena em setembro de 2010, período eleitoral, “sem que se tenha feito verdadeiro esforço para ouvir o principal interessado em esclarecer as acusações”.

Parlamentares da oposição criticaram a demora na resolução do caso, tendo em vista o período eleitoral. O senador Alvaro Dias (PSDB/PR) avalia que o processo judicial deveria ter uma tramitação mais célere, especialmente nos casos de políticos que disputam eleições. “Os políticos se elegem e depois as aparecem denúncias de processos anteriores ao pleito”. O deputado federal Rodrigo Maia (DEM/RJ) também criticou a demora e disse que cabe ao Ministério Público e ao Supremo resolverem com rapidez o impasse envolvendo o vice-presidente.