Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Shoppings de São Paulo são investigados por pagamento de propina

Segundo depoimento de delatores, centros de compras na cidade pagavam servidores da prefeitura para ter descontos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU)

Por Da Redação
25 set 2015, 09h10

Shoppings centers, supermercados e motéis de São Paulo são investigados por suspeita de pagamentos de propina a servidores da prefeitura em troca de descontos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Segundo o Ministério Público do Estado, o inquérito envolve “os maiores e mais luxuosos” estabelecimentos da cidade, no caso dos centros de compras. Na próxima semana, a promotoria deve denunciar os envolvidos no caso do MorumbiShopping, supeito de pagar 1,5 milhão de reais a fiscais, para registrar uma área construída menor do que a real no cadastro do município.

As suspeitas contra os shoppings têm como base as delações premiadas feitas por três ex-operadores do esquema. O trio citou ao menos três empresas, todas donas de grandes shoppings como pagadoras de propina. Roberto Bodini, um dos promotores à frente da investigação, afirma que os delatores, todos servidores municipais, agiam como parceiros da Máfia do Imposto sobre Serviços (ISS) – quarteto que dava desconto do imposto para grandes construtoras da cidade -, descoberta em 2013.

Leia mais:

MP e prefeitura de São Paulo cobram R$ 46 mi de líder da máfia do ISS

Os operadores eram encarregados de fiscalizar os shoppings e aferir se as áreas construídas estavam de acordo com as plantas aprovadas na prefeitura. Eles foram descobertos à medida que surgiram informações, há dois anos, de que a Máfia do ISS também cobrava propina para aliviar o IPTU. “Como é que quem fiscalizava o ISS poderia estar envolvido no IPTU?”, disse o promotor, ao contar como os delatores foram identificados. “Ao reunirmos as informações sobre essas pessoas, nós as chamamos. Eles toparam colaborar, uma vez que também poderiam ser denunciados criminalmente”, explica Bodini.

Continua após a publicidade

A partir dessas delações foi possível identificar os pagamentos feitos pelo MorumbiShopping, que somaram 1,5 milhão de reais. Eles foram realizados entre o fim de 2012 e 2013, em cinco parcelas de 300.000 reais. “No caso do Morumbi, a empresa veio até nós, confessou os pagamentos e passou a colaborar. O entendimento é que a empresa sofreu achaque dos fiscais”, diz o promotor. Não é o caso de outros shoppings citados pelos delatores, segundo Bodini, que negam terem feito os pagamentos.

O MP e a Controladoria-Geral do Município (CGM) suspeitam de que até dez servidores participavam do esquema, além dos quatro já relacionados à Máfia do ISS – Luís Alexandre Cardoso de Magalhães, Carlos Augusto Di Lallo Leite do Amaral, Eduardo Horle Barcellos e o subsecretário de Arrecadação da gestão Gilberto Kassab (PSD), Ronilson Bezerra Rodrigues. “Não tem como esse grupo ter agido sem apoio de um braço político. Mas nossas investigações, até aqui, param no subsecretário”, diz o promotor Bodini.

Procurados, a Associação Brasileira de Shoppings (Abrasce) e os advogados dos fiscais não foram localizados. A defesa do MorumbiShopping informou que colabora com as investigações e se diz vitima de achaque.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.