SC: PM baleado e veículos incendiados em novos ataques
Há mais de uma semana, estado enfrenta nova série de ataques criminosos. Com ordens em tese partindo de presídios, como em novembro passado, governo federal ofereceu transferência de presos para penitenciárias federais
Um policial militar foi baleado na perna na madrugada desta quinta-feira, perto do Batalhão da PM de Santa Catarina em Palhoça, na região metropolina de Florianópolis. O ataque ocorreu por volta da meia-noite e meia, quando um Chevette era perseguido por uma viatura. Um homem que estava no carro atirou em policiais no local e acertou um deles. O suspeito foi detido. Horas antes, por volta das 22h, a casa de outro PM, no Vale do Itajaí, foi atingida por ao menos 12 disparos de pistola 9 milímetros. O policial dormia com a mulher quando, segunda a polícia, dois homens passaram em um moto atirando.
Leia também:
Governo de SC esperava onda de ataques, diz secretário
Além disso, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros de Santa Catarina registram novos incêndios criminosos entre a noite desta quarta-feira e a madrugada desta quinta, dando seguimento à nova onda de ataques no estado. As chamas atingiram um ônibus de uma autoescola por volta da meia-noite e um caminhão perto da 1h30 em Brusque, a 100 quilômeteos da capital Florianópolis – foram os primeiros atentados na cidade nesta segunda onda de ataques.
Durante a madrugada, veículos de um ferro velho na BR-470, na altura de Navegantes, também foram incendiados. Segundo o jornal Diário Catarinense, os Bombeiros acreditam que o incêndio foi criminoso pois vizinhos do ferro velho disseram que alguém ateou fogo aos carros. Três veículos ficaram completamente queimados.
Ataques – Há mais de uma semana, Santa Catarina enfrenta uma nova série de ataques, a exemplo da ocorrida em novembro do ano passado, quando 47 pessoas foram presas. A polícia estadual confirma mais de 60 ocorrências desde 30 de janeiro, mas com os atentados mais recentes este número deve passar de 70.
Na primeira onda de ataques, escutas mostraram que as ações criminosas partiram de facções de dentro da penitenciária de São Pedro de Alcântara . As ordens cessaram depois que o diretor do presídio se desligou do cargo, acusado de torturar detentos após a morte de sua mulher, que foi agente penitenciário no local.
Esta nova onda, segundo o secretário de Segurança Pública do estado, César Grubba, já era esperada pela inteligência da polícia de Santa Catarina. Em março, criminosos comemoram dez anos de existência da facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC).
Resposta – O governo federal ofereceu ao estado a transferência de presos perigosos para penitenciárias federais. Eles ficariam em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), no qual o preso fica separado em uma cela individual 22 horas por dia, com direito a duas visitas em uma semana e um banho de sol diário de até duas horas; não é permitido acesso a jornais, televisão e outros meios de informação.
Além disso, o Ministério da Justiça colocou à disposição do estado agentes da Força Nacional de Segurança, mas o governo de Santa Catarina ainda não definiu se aceita a oferta. Por enquanto, o plano de ação deve se concetrar na troca de informações de inteligência e na transferência dos detentos.