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Roberto Jefferson fará cirurgia para extrair tumor

Presidente do PTB, réu no caso do mensalão, fará cirurgia no dia 28 de julho. Doença está na fase inicial e atinge o pâncreas do ex-deputado

Por Gabriel Castro e Laryssa Borges
20 jul 2012, 10h44

Às vésperas do início do julgamento do mensalão, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, fará uma cirurgia para extrair um tumor benigno no pâncreas. De acordo com a assessoria de imprensa do partido, a doença foi descoberta ainda na fase inicial, durante exames de rotina. A intervenção cirúrgica deverá ocorrer em 28 de julho, no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. Inicialmente, a assessoria do PTB havia informado que o tumor era maligno. A informação foi corrigida.

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Nesta sexta-feira, o ex-deputado federal passou por exames clínicos no Rio. Dois dias antes, ele havia sido reeleito presidente nacional do PTB. A expectativa é que Jefferson possa se recupere a tempo de acompanhar ao menos parte do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), que terá início no dia 2 de agosto.

Roberto Jefferson foi o principal delator do esquema de compra de apoio ao governo no Congresso. Criador do epíteto que deu nome ao escândalo, ele teve o mandato cassado na Câmara e responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

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Defesa – Personagem central de um dos maiores casos de corrupção da história do país, Roberto Jefferson pretende defender no STF que até hoje a Procuradoria-Geral da República não conseguiu comprovar a existência de um esquema de pagamento mensal a parlamentares.

“Se sequer (a PGR) se desincumbiu de provar a origem do recurso, que desde a denúncia dizia não saber, todas as afirmações que faça de ser dinheiro público, de ser fruto de prática delituosa, de se ter inspirado em contratos e empréstimos fictícios, não passam de sua mera criação mental”, diz o documento com as alegações finais do ex-deputado sobre o caso.

Ao longo dos últimos meses, Jefferson bateu de frente com seu advogado, Luiz Francisco Corrêa Barbosa, sobre a linha que será adotada na sustentação oral no julgamento. Os dois divergiram após Barbosa ter levantado a hipótese de que o mensalão poderia ser negado em juízo.

O escândalo do mensalão surgiu em 2005 quando Jefferson afirmou que parlamentares aliados do governo Lula recebiam uma mesada de 30 000 reais, distribuída pelo então tesoureiro do PT, Delúbio Soares. O dinheiro, utilizado para comprar congressistas em votações prioritárias para o Palácio do Planalto, chegava em malas por meio do empresário Marcos Valério, operador do esquema.

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Na breve manifestação final encaminhada ao STF, Jefferson disse que os recursos que o PTB recebeu de petistas não poderiam ser considerados propina, e sim uma ajuda de campanha. A argumentação de que o mensalão não passou de uma distribuição de recursos por meio de caixa-dois é a principal linha de defesa do PT na Corte.

“O acordo político para as eleições envolveram, sim, doação financeira para o PTB da ordem de 20 milhões de reais. Essa doação aprovada por ambos os partidos tem apoio em lei”, diz a defesa de Roberto Jefferson.

O advogado do petebista ainda sustenta a tese que o PTB não tinha como saber a origem ilícita dos recursos e, por isso, Jefferson não pode ser punido pelo crime de lavagem de dinheiro. Para o Ministério Público, empréstimos fraudados pelo PT junto aos bancos Rural e BMG serviram para esconder a origem do dinheiro que abasteceu o esquema.

“Os 4 milhões de reais pagos pelo PT (primeira parcela do acordo de 20 milhões de reais) nada têm de irregular, dirá criminoso. A origem desse recurso, que não se poderia presumir ilícita, segundo o PT, é fruto de recursos próprios seus e de empréstimos bancários”, afirma Barbosa. Para ele, a própria denúncia da procuradoria-geral da República diz que a origem dos recursos “ainda não foi identificada”.

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“Não se trata, portanto, como dito na denúncia, de propina. Se não sabe o acusador a origem daquele recurso, como afirmar que é ilícito e, por isso, atribuir a Jefferson que empenhou-se no seu branqueamento ou lavagem?”, questiona a defesa.

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