Risco de rebelião na Papuda ‘preocupa’, diz PGR
Juízes da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal apontaram acirramento das tensões no presídio após a chegada dos mensaleiros
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta quarta-feira que a possibilidade de rebelião no presídio da Papuda onde os condenados no mensalão estão encarcerados, preocupa o Ministério Público. “O dado desperta atenção e preocupação do Ministério Público. Estamos atentos. Vamos acompanhar o desenrolar desses fatos e, se ocorrer [motins ou rebelião], pretendemos ter uma atuação pronta”, disse.
Nesta terça, o jornal O Globo revelou que três juízes da Vara de Execuções Penais (VEP) em Brasília pediram para ser removidos de suas atribuições por causa do desgaste causado pela chegada dos mensaleiros à Papuda. Eles apontaram risco de rebelião no complexo penitenciário, agravado pelas regalias concedidas aos condenados no mensalão. O pedido de saída dos juízes já foi negado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal.
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Reforço e revistas – Assim como ocorre às vésperas de Natal ou datas festivas, a Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal irá reforçar os efetivos das polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros, além de ampliar as revistas nas celas da Papuda. A varredura inclui principalmente as áreas PDF 1 e 2, onde estão presos os condenados em regime fechado, entre eles o operador do mensalão, Marcos Valério. As áreas do Centro de Internamento e Reeducação (CIR), onde estão o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, também serão monitoradas. Agentes penitenciários e detentos já atuam como informantes do governo para antever motins e rebeliões e há informações de que túneis poderiam estar sendo abertos para facilitar as fugas.
“Sempre reforçamos plantões e contingentes da Polícia Civil, Bombeiros, PM e as vistorias nas celas, além das operações internas para buscar vergalhões ou objetos que podem ser usados como armas”, disse o subsecretário de Segurança de Pública do DF, Cláudio Magalhães. “Sempre há boatos de rebelião e de tentativa de fuga entre internos e visitantes. Rebelião é um assunto corriqueiro entre nós.”