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Representante da Fifa quer ‘ingresso popular’ em vez de meia-entrada

Jérôme Valcke propôs alternativa à meia-entrada para idosos, regulada por lei nacional. A ideia é garantir preços populares a 10% dos ingressos em cada jogo

Por Gabriel Castro
8 nov 2011, 10h56

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, e o secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jérôme Valcke, foram ouvidos nesta terça-feira pela Comissão Especial da Câmara que discute a Copa do Mundo de 2014. A dupla tenta influenciar o texto da Lei Geral da Copa, discutida pelo Congresso. O governo e o Parlamento têm posições confiltantes com as entidades que gerenciam o futebol. Ricardo Teixeira trouxe um texto pronto, que foi lido sem entusiasmo. De acordo com ele, a realização da Copa do Mundo e a discussão sobre a Lei Geral da Copa “não fazem parte de uma questão ideológica ou de soberania, mas de flexibilidade diante de um evento global e único”, disse. “Peço apoio aos senhores para que encontremos um entendimento, o que temos certeza que irá acontecer o mais breve possível”. O presidente da CBF citou também o aporte de recursos com a organização do torneio – que, de acordo com ele, gerará uma arrecadação adicional de 20 bilhões de reais aos cofres públicos. Fifa – O representante da Fifa cobrou melhorias na infraestrutura do país e ressaltou o atraso na preparação para o torneio: “Estamos atrasados, não podemos perder nem mais um dia”, afirmou. “Viajar no Brasil não é fácil. Deslocar-se em São Paulo é um pesadelo”. Jérôme Valcke disse ainda que a parceria da Fifa com o governo é indispensável para o sucesso do torneio. “Ou faremos juntos ou não faremos mais”. A respeito da Lei Geral da Copa, ele criticou a lei nacional que estabelece a meia-entrada para idosos, mas disse que a Fifa não pretende alterar a legislação sobre o tema. Em vez disso, a entidade desportiva defende a criação de uma “categoria 4” de ingressos, a preços considerados populares. Os valores especiais custariam cerca de 25 dólares, preço que seria válido para todos os jogos, exceto o de abertura e a final do torneio. Cerca de 10% dos ingressos seriam vendidos a esse valor. Já os bilhetes da categoria 1 não sairiam por menos de 900 dólares. “Essa categoria deve servir a todos, não apenas aos estudantes mas ao conjunto das pessoas que podem e querem ir aos jogos”, ressaltou o emissário da federação internacional. Outro ponto de atrito entre a Fifa e as autoridades brasileiras diz respeito à venda de bebidas alcoólicas em estádios, proibida por leis estaduais em grande parte do país. A entidade, que tem um acordo comercial com uma grande cervejaria, vai tentar flexibilizar as normas durante a Copa: “Não vender álcool nos estádios é uma limitação. É verdade que limitar o álcool reduz muito a violência, mas na Africa do Sul e na Alemanha, a venda de cerveja em condições controladas não provocou nenhum tipo de problema”, argumentou.

O secretário-geral da Fifa também descartou a possibilidade de destinar parte dos ingressos a quem entregar armas de fogo ao governo, como um incentivo à campanha do desarmamento. “Existe tanta arma no Brasil que nós não vamos ter a quantidade de bilhetes para atender”, declarou. Arrogância – O deputado Rui Palmeira (PSDB-AL) criticou o que chamou de arrogância de Teixeira e Valcke em declarações recentes à imprensa. O representante da CBF não respondeu. Jérôme Valcke, sim: “Posso ser visto como arrogante, mas sou responsável, no seio da Fifa, por implantar essa Copa do Mundo. Tenho o compromisso de dizer o que funciona ou não funciona”, rebateu.O emissário da federação ainda garantiu que a Fifa não exige a criação de tribunais especiais para julgar os crimes ligados à Copa: segundo ele, a entidade apenas pediu que a Justiça seja célere em analisar os delitos ligados à Lei Geral. Leia no Radar on-line, por Lauro Jardim: É pesado o clima na comissão que sabatina Ricardo Teixeira e Jérôme Valcke nesta manhã na Câmara. Como era esperado, os deputados vieram afiados para a audiência. A cara de Teixeira e Valcke é de pouquíssimos amigos e olha que Romário, que anota freneticamente as respostas de Valcke, ainda vai falar.

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