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Na Cúpula dos Prefeitos, Eduardo Paes ataca CSA

Prefeito lança programa para a redução das emissões de carbono no Rio de Janeiro, que terá em breve a siderúrgica como grande vilã

Por Rafael Lemos e Marco Túlio Pires, do Rio de Janeiro
18 jun 2012, 15h15

“Se eu fosse prefeito, a CSA não teria recebido autorização para estar na minha cidade. Mas eles investiram, estão na cidade e agora cabe à prefeitura cumprir com o contrato e tentar minimizar os impactos da CSA”, disse Eduardo Paes

Após lançar o Programa de Baixo Carbono da Cidade do Rio de Janeiro, no Forte de Copacabana, o prefeito Eduardo Paes fez duros ataques, nesta segunda-feira, à ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA), que coleciona multas desde a sua instalação em Santa Cruz, na zona oeste. “Se eu fosse prefeito, a CSA não teria recebido autorização para estar na minha cidade. Mas eles investiram, estão na cidade e agora cabe à prefeitura cumprir com o contrato e tentar minimizar os impactos da CSA. Temos boas iniciativas, como BRT, centro de tratamento de resíduos, saneamento, reflorestamento e medidas para diminuir o número de carro nas ruas”, disse o prefeito, na a abertura oficial da Cúpula dos Prefeitos (C40), no Forte de Copacabana.

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A cúpula é um dos eventos paralelos à Rio+20 e uma das apostas de medidas concretas, diante das perspectivas de poucas definições na conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável. Mais cedo, o professor da Coppe-UFRJ, Emilio La Rovere, que assinou o inventário das emissões de gases do efeito estufa do Rio de Janeiro em 2005, afirmou no Forte de Copacabana que, em pleno funcionamento, a CSA será responsável por 75% das emissões da cidade. A prefeitura tem pressionado a siderúrgica a adotar práticas e equipamentos que, pelo menos, minimizem o impacto ambiental da sua produção. O vice-prefeito e secretário municipal de de Meio Ambiente, Carlos Muniz, explicou que o poder público está atuando, através do INEA (Instituto Estadual do Ambiente) e da Secretaria de Meio Ambiente.

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“Há um diálogo estreito e técnico entre as partes. Tenho certeza que, dentro de três anos, alterações substanciais vão diminuir muito o impacto previsto inicialmente. Mas é sempre uma preocupação porque a siderurgia é um elemento impactante”, disse o vice-prefeito. Segundo Muniz, o Rio de Janeiro quer dar prioridade a atividades ligadas ao setor de serviços e à área de pesquisa e desenvolvimento.

“O Rio não é avesso a indústrias. Evidentemente, somos rigorosos com o controle ambiental e nas medidas mitigadoras. Mas o Rio de Janeiro tem suas vocações. Somos predominantemente uma cidade de serviço e tecnologia de ponta. Não é à toa que estamos inaugurando um paqrue tecnológico próximo à Ilha do Fundão”

Programa de Desenvolvimento de Baixo Carbono – A prefeitura do Rio e o Banco Mundial lançaram, nesta sexta-feira, no Forte de Copacabana, uma espécie de modelo sustentável para redução das emissões de carbono. O objetivo é que outros cidades ao redor do mundo adotem as medidas propostas, que estão de acordo com a norma ISO. As cidades são responsáveis por dois terços do consumo mundial de energia e 70% das emissões de gases do efeito estufa. O Rio estabelecceu metas de redução dos gases do efeito estufa (8% até 2012, 16% até 2016 e 20% até 2020), comprometendo-se a garantir 2,3 milhões de toneladas a menos de carbono até 2020, na comparação com 2005.

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As principais medidas para garantir o cumprimento da meta já estão implementadas ou em andamento, como o fechamento do lixão de Gramacho, a criação de BRTs (corredores de ônibus) e o programa de reflorestamento da cidade. “Não dá para a gente ficar eternamente apostando num modelo extremamente complexo, que é esperar pelos governos nacionais. Acho que é injusto com os chefes de estado cobrar que eles tomem as iniciativas como a desse programa”, afirmou Paes.

Na terça-feira, o presidente da Cúpula de Prefeitos C40 e prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, anunciará metas em comum e individuais para as cidades-membro do grupo, durante a mesa C40: Prefeitos de Megacidades Adotam Medidas para Enfrentar as Mudanças Climáticas, no Forte de Copacabana.

Concentração de poder – Paes (PMDB) criticou a concentração de poder e de recursos nos governos centrais – o que, segundo ele, dificulta a implementação de políticas públicas na área ambiental e de sustentabilidade. Ele sugeriu aos representantes das outras metrópoles presentes ao evento que sejam estabelecidas metas ambientais e de sustentabilidade ao final do encontro – programado para esta terça-feira, no espaço Humanidade 2012, no Forte de Copacabana. O município do Rio vai propor que as cidades que integram a Cúpula reduzam em 12% as emissões de gases até 2016.

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“É fundamental que cada vez mais os governos locais estejam empoderados (sic) sob ponto de vista financeiro, para que eles realizem e implementem as suas políticas publicas”, disse Paes. “Mas a verdade é que esse encontro tem que ser muito mais que um espaço para que nós, prefeitos, ou governantes locais, estejamos aqui para reclamar, contestar”, afirmou o prefeito do Rio.

Paes convocou os demais prefeitos a estabelecer metas e “inspirar” os chefes de Estado que participarão da cúpula principal da Rio+20, no Riocentro entre os dias 20 e 22. “Todos nós esperamos que as decisões oficiais tomadas na Rio+20 avancem no sentido de ampliar os desafios da sustentabilidade. Mas o primeiro passo que os governos locais podem dar, até para inspirar os chefes de Estado, é tomar decisões concretas e entender que esse jogo só vai ser mudado se todos nós agirmos”, afirmou.

PNUMA – O Programa das Naçoes Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) lançou nesta segunda-feira, durante a Rio +20, no Rio de Janeiro, uma iniciativa para tornar as cidades mais ‘verdes’. O programa vai trabalhar com governos, iniciativa privada e sociedade civil para reduzir os níveis de poluição, melhorar a eficiência dos recursos e reduzir o custo da infraestrutura nas cidades ao redor do mundo.

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A ideia é popularizar, dentre outras atividades, a construção de prédios que usam energia e água de forma sustentável, além de reciclar e gerar força com o lixo. O programa convida cidades com população acima de 500.000 habitantes ou mais para participar da iniciativa.

De acordo com o PNUMA, o objetivo é atrair 200 membros até 2015. O programa começa com cidades participantes, incluindo São Paulo, Malmo (Suécia) e Heidelberg (Alemanha); e com o interesse de nações como Japão, França, Brasil e Estados Unidos. A iniciativa recebe o apoio do Banco Mundial.

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