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Gro Brundtland diz que implementação das decisões é o desafio da Rio+20

Autora do documento que lançou as bases do conceito de desenvolvimento sustentável, a ex-primeira ministra da Noruega diz que a sociedade tem que pressionar os governos a fazer o que é necessário

Por Luis Bulcão
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h33 - Publicado em 18 jun 2012, 12h33

A ex-primeira ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland avaliou nesta segunda-feira que os desafios da conferência Rio+20 são os mesmos de 25 anos atrás. Aos 73 anos, com voz firme, Brundtland disse que “as situações sobre as quais voltamos a falar e as mudanças que julgamos como necessárias são as mesmas mensagens que viemos repetir no Rio, 25 anos depois”. Fazendo coro à avaliação da maior parte das lideranças que participam da conferência da ONU para o desenvolvimento sustentável, ela resumiu: “As mensagens não são diferentes. O problema é a falta de implementação.”

Gro Brundtland é autora do relatório ficou conhecido pelo seu nome, e é um marco na história do movimento ambiental. Lançado em 1987, o relatório se chamou “Nosso Futuro Comum”, e consolidou o conceito de Desenvolvimento Sustentável, segundo o qual os esforços da humanidade devem se concentrar sobre três pilares, o econômico, o social e o ambiental. A partir de políticas conjuntas de colaboração internacional e esforços internos as nações do mundo poderiam buscar o desenvolvimento econômico com respeito ao meio ambiente comum.

Foi uma resposta à polarização que se estabelecera a partir da Conferência de Estocolmo (1972), entre o que era ambientalmente correto e o que era economicamente atraente. Em Estocolmo, o entendimento de que os recursos naturais utilizados pela humanidade eram escassos assustou, e pôs em xeque o modelo de crescimento dos países ricos, baseado no tripé capitalismo, produção e consumo. Países então chamados de Terceiro Mundo, como o Brasil, México e Índia, ouviram com desconfiança os países desenvolvidos – de onde o movimento ambiental brotou – dizerem que as máquinas teriam de parar justamente quando a vez dos pobres havia chegado.

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Não é coincidência que a declaração sobre a qual todos os países-membros negociam para compor como grande resultado da a Rio+20 leve um nome bem parecido com o documento de Brundtland -o “Nosso Futuro Comum”, afinal, é o “Futuro que Queremos”. E também não é coincidência que a Rio+20 leve o nome oficial de Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável. O conceito e a mensagem de Brundtland 25 anos atrás são as bases para todo o processo do Rio. As dúvidas sobre a possibilidade de transformar esses preceitos em realidade pairam ao longo de muitos esforços frustrados. O Protocolo de Kyoto e suas metas não atingidas, a perda de biodiversidade, a pobreza extrema da África e a falta de oportunidades para os países em desenvolvimento são alguns dos exemplos.

Para a ex-primeira ministra da Noruega, o caminho a ser trilhado continua o mesmo. “O que continuamos precisando é do comprometimento dos governos para fazer o que é necessário. Isso só vai ocorrer quando a pressão da sociedade conseguir inspirá-los”, disse.

Gro Brundtland participará de reuniões que discutirão o desenvolvimento sustentável sob a ótica das mulheres. No dia 21, quinta-feira, será realizada a priemira “Cúpula feminina de chefes de Estado pelo futuro das mulheres“, dentro da Rio+20. Já confirmaram presença a presidente Dilma Rousseff, anfitriã da Rio+20, e as presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e da Costa Rica, Laura Chinchilla. Estarão presentes também as primeiras-ministras de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, e da Dinamarca, Helle Thorning-Schmidt, assim como as presidentes da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf, e da Lituânia, Dalia Grybauskaité. O debate será coordenado pela ex-presidente chilena Michelle Bachelet, diretora-executiva da ONU Mulheres, que participará de diversas atividades sobre gênero realizadas na conferência.

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