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Quieto e estudioso, estudante que atirou em professora antes de se suicidar sofria bullying leve

Pais e alunos contaram que a escola ficou insegura depois da mudança na direção do colégio, em 2009. Bombas faziam parte da rotina dos alunos

Por Bruno Abbud
23 set 2011, 12h06

Segundo alunos da Escola Professora Alcina Dantas Feijão, o estudante D.M.N., que atirou na professora Rosileide Queiros de Oliveira antes de se suicidar nesta quinta-feira, era um menino estudioso, quieto, muito caprichoso e, durante as aulas, gostava de sentar nas primeiras carteiras. De acordo com Guilherme, de 9 anos, aluno da 4ª série B do colégio, o caderno de D.M.N. era um dos mais disputados entre os colegas. Embora fosse vítima de bullying leve por causa da caligrafia arredondada e da letra muito bonita, D.M.N. não se importava com as brincadeiras.

Silvia de Carvalho Vasconcelos, mãe de Guilherme, também contou que na última reunião trimestral da escola, realizada em 16 de setembro, na qual os pais são convidados a expor as notas e o comportamento dos filhos, ela soube que D.M.N. havia tirado uma nota baixa em uma das matérias. Segundo Silvia, ele teria ficado um pouco revoltado com a notícia.

Aluno da 4ª série C, e amigo de Guilherme, D.M.N gostava especialmente de duas professoras, Ana Paula, de matemática, e Priscila, de história, geografia e ciência. Segundo Guilherme, a aula de Rosileide era uma bagunça, mas ela era considerada tranquila e não se importava com o comportamento dos estudantes.

Violência – Pais e alunos contaram que a escola ficou especialmente insegura depois da mudança na direção do colégio, em 2009. Bombas faziam parte da rotina dos estudantes e a entrada e saída de pessoas não era controlada. “Eles não pedem nem a carteirinha dos alunos”, lamentou Silvia.

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Em maio de 2010, um aluno mais velho teria mostrado uma faca para Amanda, de 12 anos, filha de Silvia e irmã de Guilherme, antes de dizer que, se seu irmão continuasse “folgando”, ele iria “dar um jeito nele”. Em março deste ano, alguns meninos teriam entrado com bebidas alcoólicas dentro da sala de aula.

O crime – Amanda presenciou o momento da morte de D.M.N.. O crime aconteceu pouco antes do início do recreio, quando os alunos mais velhos ainda estavam no intervalo – que é separado de acordo com a faixa etária. Segundo testemunhas, D.M.N. pediu para sair mais cedo da sala de aula, fato pouco usual. Depois de ir até o banheiro, ele voltou para a classe e atirou na professora, que estava de costas, escrevendo na lousa. Em seguida, foi para o alto da escada, disparou contra a própria cabeça e caiu rolando pelos degraus.

“Disseram na televisão que ele tomava remédios e era louco. Isso é mentira”, disse Amanda. “Ele era um menino normal. Era quieto, mas muito legal”. Ela contou também que ele adorava jogar queimada e brincar de esconde-esconde e pega-pega.

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Durante o velório de D.M.N., seu pai, o guarda civil municipal Nilton Nogueira, passou mal e foi amparado por amigos e parentes. Ele era o dono do revólver calibre 38 usado no crime.

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