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Promotor quer investigar enriquecimento de Marconi Perillo

Fernando Krebs, do MP-GO, pediu à Procuradoria de Justiça instauração de inquérito civil para apurar indícios de improbidade administrativa do governador

Por Carolina Freitas
22 Maio 2012, 07h41

Com integrantes de seu governo envolvidos no escândalo Cachoeira, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), pode ter agora de explicar à Justiça sua evolução patrimonial. O promotor Fernando Krebs, do Ministério Público do estado (MP-GO), enviou ofício à Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) de Goiás pedindo a abertura de um inquérito civil para investigar indícios de que Perillo cometeu atos de improbidade administrativa.

No documento de doze páginas remetido ao decano da PGJ, Pedro Tavares Filho, o integrante da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Combate à Corrupção detalha a relação entre o governador e o contraventor Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. “O bicheiro exercia larga influência no Poder Executivo goiano, indicando e sendo atendido em vários pedidos de nomeações para cargos-chave do estado”, escreve Fernando Krebs.

Nas escutas da operação da PF, feitas com autorização judicial, a chefe de gabinete do governador, o corregedor da polícia e o secretário de Segurança foram flagrados trocando favores com o grupo de Cachoeira. A interceptação captou também um telefonema de Perillo para o bicheiro, para parabeniza-lo pelo aniversário, além de combinações e repercussões de um jantar que reuniu o governador e o contraventor, na casa do senador Demóstenes Torres.

Para Fernando Krebs, o indício mais concreto da ligação entre Perillo e Cachoeira está na venda de uma casa do governador no valor de 1,4 milhão de reais no condomínio de luxo Alphaville Flamboyant, em Goiânia, a uma empresa laranja comandada por um auxiliar do bicheiro. “O governador afirmou que vendera a casa para Walter Paulo, com a intermediação de Wladmir Garcez Henrique, preso na Operação Monte Carlo”, afirma o promotor. “Wladmir Garcez é odontólogo e não corretor de imóveis. Causa espécie sua participação no negócio, especialmente por ele integrar a organização criminosa comandada por Cachoeira”.

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Em depoimento à CPI do Cachoeira, o delegado da PF Matheus Mela Rodrigues afirmou que os três cheques dados em pagamento pela casa que pertenceu a Marconi Perillo eram de Leonardo Almeida Ramos, sobrinho do contraventor.

Enriquecimento – O promotor de Justiça também pede à Procuradoria que apure a evolução patrimonial do governador. “Marconi tem um padrão de vida incompatível com sua renda”, afirmou Fernando Krebs ao site de VEJA. “A evolução patrimonial e o estilo de vida de Marconi Perillo chamam a atenção, visto que, dos 25 aos 49 anos ele somente ocupou cargos públicos”.

No ofício o promotor lista os bens declarados pelo governador ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas últimas eleições: uma casa de luxo no residencial Alphaville Flamboyant, dois lotes no mesmo condomínio, um apartamento num prédio de luxo no Jardim Goiás, uma fazenda em Pirenopólis, dois lotes em Palmeiras de Goiás, um terreno em Três Ranchos e dois veículos da Hyundai. “Tamanha multiplicação patrimonial pode ensejar a prática de ato de improbidade administrativa”, afirma Krebs.

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Investigação – No último dia 10, a Procuradoria-Geral de Justiça do estado instaurou um procedimento preparatório de investigação do governador Marconi Perillo. O procurador Pedro Tavares Filho solicitou à Procuradoria-Geral da República, por meio de uma portaria, todas as informações relativas às operações Vegas e Monte Carlo para iniciar os trabalhos. Para Krebs, o procedimento preparatório deveria ser substituído pela abertura imediata de um inquérito civil. “A prova existente já é suficientemente robusta para propor uma ação judicial”, disse.

No ofício enviado à Procuradoria do estado, o promotor pede que, se instaurada, a apuração civil fique sob sua responsabilidade. Krebs acompanha as investigações desde o início. “Se o governador tem foro na Justiça de primeiro grau, quem tem de investigá-lo e processá-lo é o promotor, não o procurador de Justiça”, afirma. Por causa do cargo de governador, os possíveis ilícitos criminais cometidos por Perillo devem ser investigados pela Procuradoria-Geral da República e julgados pelo Superior Tribunal de Justiça.

Serenidade – Em nota divulgada na noite de quinta-feira, o governador de Goiás se diz tranquilo e sereno diante das investigações a respeito de seus atos. “O aprofundamento dos esforços de esclarecer os relatos que vêm sendo trazidos a público, resultará na confirmação de que as instituições públicas estaduais são infensas à interferência criminosa de quem quer que seja”, informou a nota.

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