Polícia vai ouvir diretor da Camisa Verde e Branco
Para o delegado responsável pelo caso, dirigentes de cinco escolas estão envolvidos no tumulto na apuração do resultado do Carnaval de São Paulo
O diretor de carnaval da escola de samba Camisa Verde e Branco, Alexandre Salomão, vai depor à polícia nesta quinta-feira às 14 horas sobre o tumulto na apuração do resultado do Carnaval de São Paulo, ocorrido na terça-feira. De acordo com o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, responsável pelo caso, Salomão e mais cinco pessoas foram identificadas por imagens da televisão e por testemunhas como envolvidas na confusão. Na foto acima, Salomão aparece com os envelopes com as notas das escolas rasgados nas mãos. Outro integrante da Camisa, atrás dele, se prepara para jogar papéis para o alto. O regulamento do Carnaval 2012 é claro: comportamento inadequado por parte de qualquer dirigente ou representante da escola na concentração, dispersão, durante o desfile ou na apuração implicam na eliminação sumária da agremiação do concurso e a sua desfiliação da Liga. O presidente da Camisa, Ribamar de Barros, está preso desde janeiro, por extorquir um colega de cela, em 2002. Assista a comentário de Augusto Nunes: A apatia da PM no show da violência Leia também: Kassab diz que prefeitura será severa nas punições O tumulto na apuração começou quando Tiago Faria, integrante da Império de Casa Verde, invadiu a área do Sambódromo reservada a autoridades, tirou os envelopes com as notas da mão do locutor, os rasgou e saiu correndo. Em seguida, o local foi tomado por dezenas de integrantes de escolas de samba. Faria e Cauê Santos Ferreira, da Gaviões da Fiel, foram presos e responderão por danos ao patrimônio público e supressão de documentos. Nico disse ao site de VEJA que estão envolvidos no ocorrido também integrantes da Pérola Negra e Vai-Vai. “Ao que tudo indica, foi uma ação orquestrada”, disse o titular da Delegacia de Atendimento ao Turista. Segundo ele, os indícios disso estão na movimentação dos dirigentes dessas escolas durante a apuração e no momento em que Faria invade o palco. Eles iam de mesa em mesa e o delegado acredita que estavam combinando a ação. Enquanto dirigentes das escolas forçavam um portão, Faria corria por outro lado para roubar as notas. Para Nico, não há dúvidas de que os presos Faria e Ferreira eram integrantes de escolas de samba, apesar de a Liga tentar por panos quentes dizendo que eles não pertenciam à diretoria das agremiações. Ambos disseram em depoimento à polícia que não eram diretores, mas estavam nas mesas das escolas no dia da apuração por serem próximos da direção. Eles também afirmaram, em depoimento, que havia um acordo para que nenhuma agremiação fosse rebaixada neste ano, como forma de protesto pela troca de dois jurados na véspera dos desfiles. Quando viu que o acordo não seria cumprido, um grupo decidiu invadir a área restrita. A Liga nega o acordo. Incêndio em carro alegórico – Já estão com a polícia imagens de uma emissora de televisão que mostram torcedores da Gaviões da Fiel jogando, segundo o delegado, coquetéis molotov dentro do carro da Pérola Negra que pegou fogo. Segundo Nico, foram jogados três coquetéis e a polícia trabalha agora para identificar quem provocou o incêndio.