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Polícia usa bombas de efeito moral contra professores em greve

Cerca de 700 PMs acompanham protesto na Cinelândia. Base de apoio do prefeito tenta aprovar nesta terça Plano de Cargos e Salários da categoria

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
1 out 2013, 15h22

A Polícia Militar lançou bombas de efeito moral para dispersar um grande protesto de professores e servidores públicos de outras áreas, nas imediações da Câmara Municipal, no Centro do Rio. Por volta das 14h, foram disparadas pelo menos seis bombas, cujos estrondos assustaram vereadores e pessoas que estão no plenário do Palácio Pedro Ernesto, sede do Legislativo municipal. O protesto, que ocorre desde a manhã, tenta impedir a votação do Plano de Cargos e Salários dos servidores da educação, encaminhado pelo Executivo em regime de urgência. Como o texto não contempla o que reivindica a categoria, os grevistas exigem mais tempo para discussão.

Cerca de 700 policiais militares acompanham a movimentação ao redor da Câmara. Dentro do prédio, estão 37 dos 51 vereadores – somente seis deles de oposição. Integrante dessa minoria, o vereador Renato Cinco, do PSOL, pediu ao presidente da Casa, Jorge Felippe (PMDB), o adiamento da votação do projeto, alegando falta de segurança. Felippe, que admite “erros de ambas as partes”, não acenou com possibilidade de cancelamento da sessão. O presidente da Câmara acusou os professores de tomarem atitudes “radicais e inconsequentes”, tentando paralisar os trabalhos do Legislativo, em referência à ocupação do plenário na semana passada.

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Um grande cordão de isolamento, formado por viaturas, policiais militares do Batalhão de Choque e alambrados de ferro, foi montado durante a madrugada ao redor da Câmara. Com isso, quem quer ter acesso ao prédio precisa caminhar por ruas do Centro e só tem acesso ao Palácio Pedro Ernesto pela Rua Evaristo da Veiga, onde fica o Quartel General da Polícia Militar. Mesmo os vereadores precisam se submeter às revistas e barreiras de identificação. O vereador Brizola Neto (PDT) diz ter demorado 45 minutos para conseguir entrar no prédio. “O que está ocorrendo aqui é uma votação fechada, sem acesso ao público, o que não é permitido pelo regimento da Casa”, criticou, numa tentativa de convencer a base de apoio do governo de desistir de realizar a votação.

Votação – Desde as 14h, ocorre na Câmara uma sessão ordinária. A partir das 15h, o presidente da Casa, Jorge Felippe (PMDB), poderia solicitar a abertura de uma sessão extraordinária, para iniciar a primeira votação do Plano de Cargos e Salários da educação. O texto precisa ser votado duas vezes, o que só deve ocorrer a partir das 16h, devido à lentidão dos trabalhos.

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Rio: vereadores discutem novo plano de cargos e salários dos professores (VEJA)

Esta manhã, a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, vereadora Teresa Berguer (PSDB), anunciou que encaminhará ainda à tarde um ofício à mesa diretora e à presidência da Casa para solicitar a retirada do projeto do regime de urgência. “Precisamos evitar uma tragédia. Se este plano dor votado, não sabemos o que pode acontecer. O risco é grande e a presidência da Casa deve agir com responsabilidade. Não se pode botar em risco a vida das pessoas. Neste momento, o palácio (Pedro Ernesto) não oferece segurança. A votação deve ser suspensa”, afirmou. O Plano de Cargos e Salários recebeu 30 emendas, apresentadas por vereadores da base de apoio de Paes e da oposição.

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Trânsito – A circulação de veículos é complicada em toda a região do Centro, com reflexos nas principais vias de acesso utilizadas por motoristas das zonas Norte e Sul. A Avenida Rio Branco está interditada e o tráfego é desviado para a Avenida Almirante Barroso.

Na noite de segunda-feira, um protesto que havia começado de forma pacífica terminou em pancadaria, com a detenção de oito pessoas. Nove policiais militares e seis manifestantes ficaram feridos, sem gravidade, e houve depredação de duas agências bancárias. Integrantes do movimento Black Bloc acabaram se apropriando do protesto. Na manhã desta terça-feira, novamente mascarados circulavam entre os professores e os servidores da Saúde, que foram para a Cinelândia levar solidariedade aos professores.

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