PF investiga envolvimento de servidores federais

O empresário Paulo Sérgio Costa Pinto Cavalcanti, proprietário da distribuidora Sasil, pode ter recebido ajuda de fiscais da Receita para consolidar fraudes

Por Bruno Abbud
17 ago 2011, 20h25

**1/6** Ilha na Baía de Todos os Santos (BA) que foi um dos alvos da operação da Receita Federal *(Divulgação/Receita Federal/VEJA)*

**2/6** Bahia: ilha confiscada em operação da PF *(Divulgação/Receita Federal/VEJA)*

**3/6** Chegada do helicóptero da Receita Federal em uma das ilhas da Baía de Todos os Santos (BA) que foi um dos alvo da operação nesta quarta-feira *(Divulgação/Receita Federal/VEJA)*

**4/6** Produtos apreendidos na ilha que foi um dos alvos da operação Alquimia na Bahia *(Divulgação/Receita Federal/VEJA)*

**6/6** Ouro apreendido durante a Operação Alquimia na cidade de Salvador (BA) *(Divulgação/Polícia Federal/VEJA)*

O próximo passo da Operação Alquimia é investigar a participação de servidores do Fisco no esquema de sonegação de impostos, informou ao site de VEJA uma fonte da Receita Federal. Há indícios de que funcionários do governo estejam envolvidos na fraude que produziu um rombo de cerca de 1 bilhão de reais aos cofres públicos.

Segundo as informações, integrantes da Receita Federal na Bahia são investigados por colaborar com fraudes tributárias promovidas pelo empresário baiano Paulo Sérgio Costa Pinto Cavalcanti, proprietário da Sasil Comercial e Industrial de Petroquímicos Ltda. Cavalcanti é acusado de montar nove empresas registradas em nomes de “laranjas” para não ter de pagar impostos.

No esquema de sonegação fiscal, as empresas fantasmas compravam lotes de resinas termoplásticas da Braskem e repassavam todo o produto à Sasil. Quando a Receita Federal aparecia para cobrar os impostos, as empresas desapareciam. E a Sasil permanecia livre dos tributos.

A Sasil existe desde 1973 e integra a holding Stahl Participações Ltda., que está presente em pelo menos doze estados brasileiros. A Operação Alquimia, deflagrada nesta quarta-feira pela Polícia Federal, pela Receita Federal e pelo Ministério Público Federal, cumpriu até agora 23 dos 31 mandados de prisão. Entre os crimes investigados, está a prática de sonegação fiscal, fraude na execução fiscal, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

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A ilha ─ Fontes da Receita Federal também confirmaram que a ilha confiscada nesta quarta-feira na Baía de Todos os Santos, em Salvador, pertence a Cavalcanti. O empresário é acusado de ser o mentor das fraudes praticadas na Bahia. A Polícia Federal não informou se Cavalcanti figura na lista dos 23 presos até o momento.

Confira as imagens da Operação Alquimia